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Israel diz que Irã lançou mísseis contra o país; o que se sabe




Artilharia israelenses atinge áreas próximas a vilas no sul do Líbano, ao longo da fronteira com Israel. @ATEF SAFADI/EPA-EFE/REX/Shutterstock



As forças militares de Israel afirmaram que o Irã lançou mísseis contra o país nesta na noite desta terça-feira (1/10), pelo horário local, em meio à escalada de tensões no Oriente Médio.


Segundo as Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês), os cidadãos de Israel devem "permanecer alertas e seguir as instruções do comando" militar.

"Ao ouvir uma sirene [de ataque aéreo], procure um local protegido e permaneça lá até novas instruções."

Duas interceptações foram ouvidas por funcionários da BBC no escritório localizado no Oriente Médio, em Jerusalém.

Mais cedo, a Casa Branca havia afirmado à emissora CBS, parceira americana da BBC, que os Estados Unidos tinham indícios de que o Irã estava se preparando para "lançar um ataque de mísseis balísticos contra Israel".

"Um ataque militar direto do Irã contra Israel terá consequências severas para o Irã", alertou uma autoridade do governo americano, acrescentando que os Estados Unidos estão apoiando táticas “para defender Israel contra este ataque".

Tropas israelenses iniciaram entre a noite segunda-feira (30/9) e a madrugada de terça-feira no Líbano o que o Exército israelense chamou de uma operação terrestre "limitada, localizada e direcionada" contra o Hezbollah, que é, ao mesmo tempo, um partido político xiita e grupo armado com forte influência no Líbano.

Os alvos dentro do sul do Líbano representam "uma ameaça imediata às comunidades israelenses", afirmaram em nota as IDF.

As IDF disseram que suas tropas foram treinadas e preparadas "nos últimos meses" para esse tipo de incursão, e que a Força Aérea está dando apoio à ação.

O vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse que o grupo estava pronto para uma ofensiva terrestre israelense e que a batalha "pode ​​ser longa".

Foi o primeiro discurso de uma autoridade de alto escalão desde que Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27/9), acirrando ainda mais o conflito.

No sábado (28/9), Israel anunciou ter matado outras 20 lideranças do grupo em novos ataques.

O porta-voz árabe das IDF, Avichay Adraee, acusou o Hezbollah de usar a população civil como escudo para lançar ataques no sul do Líbano.

Ele fez um alerta para civis libaneses evitarem usar veículos para viajar para o sul do país através do rio Litani, onde há bombardeios.

O Hezbollah anunciou que disparou artilharia na área de Avivim, no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano.

Antes disso, o Hezbollah disse ter atacado tropas israelenses na cidade fronteiriça israelense de Metula.

As IDF afirmam que vários alertas foram ativados na área, onde "cerca de cinco lançamentos" de artilharia foram detectados.

O Exército israelense declarou as áreas ao redor de Metula, Misgav Am e Kfar Giladi no norte de Israel como "zona militar fechada", proibindo o acesso.

Anna Foster, repórter da BBC que está em Beirute, afirmou que os efeitos da invasão do Líbano por Israel são imprevisíveis — uma das incógnitas é sobre a própria possibilidade de reação do Hezbollah, já que o grupo foi fortemente atingido por ataques de Israel nas últimas semanas.


Mas Foster apontou alguns cenários possíveis.

Na segunda-feira, Israel emitiu um aviso ordenando a evacuação de moradores de Dahieh, o reduto do Hezbollah nos subúrbios ao sul de Beirute.

O aviso foi seguido por uma série de ataques à capital do Líbano — o primeiro ocorrendo menos de 30 minutos após o alerta israelense.

Muitos moradores de Dahieh já estão desalojados e alguns deles estão dormindo na rua, por não ter abrigo.

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, disse na segunda-feira que esforços diplomáticos buscam um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, algo defendido pelo presidente Joe Biden.

Em uma entrevista coletiva em Washington, o presidente foi questionado se ele estava ciente e confortável com o plano de Israel de lançar uma "operação limitada no Líbano".

Biden respondeu: "Estou mais ciente do que você pode imaginar e estou certo de que vão parar."

Ele acrescentou: "Deveria haver um cessar-fogo agora."

Autoridades libanesas dizem que mais de mil foram mortas nas últimas duas semanas em meio aos ataques e bombardeios de Israel, e até 1 milhão de pessoas precisaram ser deslocadas.

A escalada da tensão teve início em 17 e 18 de setembro, quando ocorreram explosões de pagers e walkie-talkies no Líbano, matando mais de 30 pessoas e deixando mais de 2 mil feridos.

O Líbano e o Hezbollah responsabilizaram Israel pela explosão dos aparelhos.

Os dias que se seguiram representaram uma série de reveses catastróficos para o Hezbollah, incluindo uma série de bombardeios.

Antony Blinken encontra-se com familiares de reféns em Gaza

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou esta terça-feira em Gaza que a declaração do Hamas após a votação da ONU foi um "sinal de esperança". Entretanto, os mediadores Qatar e Egito já receberam uma resposta que estão a analisar.


De  Euronews

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está em Israel desde segunda-feira, dia 10 de junho, no âmbito do plano de tréguas com o Hamas em Gaza.


Esta terça-feira, Antony Blinken reuniu-se com familiares de reféns americanos em Gaza e assegurou que estão a ser feitos todos os esforços."Para mim, todos os reféns, mas especialmente as nossas oito famílias americanas que têm entes queridos em Gaza, estamos determinados a trazê-los para casa”, disse Blinken.


A proposta de cessar-fogo, segundo os Estados Unidos, já foi aceite por Israel, e o Hamas anunciou esta terça-feira que aceita uma resolução da ONU que apoia o plano e está pronto para negociar os detalhes. O Secretário de Estado dos EUA disse ser “um sinal de esperança”.

Entretanto, o Hamas confirma que já respondeu aos mediadores do Qatar e do Egipto à proposta de cessar-fogo, com algumas "observações" sobre o acordo.


O Hamas e o grupo militante Jihad Islâmica, de menor dimensão, afirmaram estar dispostos a "negociar positivamente para chegar a um acordo" e que a sua prioridade é pôr "completamente termo" à guerra. No entanto, não foram fornecidos quaisquer pormenores.


Os ministérios dos Negócios Estrangeiros do Qatar e do Egipto também afirmaram, numa declaração conjunta, que estavam a analisar a resposta e que iriam continuar os seus esforços de mediação juntamente com os Estados Unidos "até se chegar a um acordo".


Conselho de Segurança da ONU aprovou o acordo que envolve três fases.

“A proposta que o Presidente Biden apresentou é a melhor forma de o fazer", acrescentou Blinken.


Na visita a Gaza, Blinken reuniu-se também com o líder da oposição israelita, Yair Lapid, e aproveitou o momento para exortar os altos funcionários israelitas a aceitar e implementar um plano para o pós-guerra.


Esta terça-feira a ONU referiu possíveis crimes de guerra cometidos pelas forças israelitas e palestinianas após o ataque que libertou quatro reféns.


Notícia atualizada às 20h24

Lula chama guerra em Gaza de genocídio e critica "hipocrisia"

 Presidente voltou a abordar tema após fala sobre Holocausto


Cerimônia de Lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos
Fotos Ricardo Stuckert/PR © Foto Ricardo Stuckert

@
Agência Brasil 🇧🇷 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar publicamente sobre a guerra de Israel na Faixa de Gaza, dias após a repercussão de uma entrevista em que ele comparou as ações militares israelenses no território palestino ao Holocausto contra judeus da 2ª Guerra Mundial. Ao discursar no lançamento do programa Petrobras Cultural, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (23), o presidente classificou o conflito militar como genocídio e responsabilizou o governo de Israel pela matança que já vitimou cerca de 30 mil civis, principalmente mulheres e crianças palestinas. 


"Quero dizer para vocês, agora, eu não troco a minha dignidade pela falsidade. Quero dizer a vocês que sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado Palestino, viver em harmonia com o Estado de Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças", afirmou o presidente. 


"Não tentem interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia, leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. São milhares de crianças mortas e desaparecidas. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio", prosseguiu Lula, fazendo referência à declaração concedida no último domingo (18), em Adis Abeba, na Etiópia, quando comparou a ação de Israel em Gaza ao que Adolf Hitler tinha promovido contra os judeus na 2ª Guerra Mundial.


Na ocasião, o comentário fez o governo de Israel declarar Lula persona non grata no país. Em resposta, o governo brasileiro convocou de volta ao país o embaixador em Tel Aviv “para consultas”. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou o chanceler do governo israelense, Israel Katz, por declarações dadas nos últimos dias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Hipocrisia

O presidente ainda afirmou que o governo brasileiro trabalha para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclua representações permanentes de países da América Latina, da África, da Índia e outras nações. Ele ainda criticou os vetos do governo dos Estados Unidos às resoluções da ONU para um cessar-fogo em Gaza e, sem citar nomes, chamou de "hipócrita" a classe política pela inação diante dos conflitos em curso.  


"Somente quando a gente tiver um conselho [de segurança] da ONU democrático, com mais representação política, e somente quando a classe política deixar de ser hipócrita, somente quando ela encarar as verdades. Não é possível que as pessoas não compreendam o que está acontecendo em Gaza. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade com milhões de crianças que vão dormir todo santo dia com fome, porque não têm um copo de leite, apesar do mundo produzir alimento em excesso", afirmou.


O presidente apelou por mais política para a solução de guerras. "É importante que as pessoas saibam enquanto é tempo de saber. Nós precisamos ter consciência que o que existe no mundo hoje é muita hipocrisia e pouca política. A gente não pode aceitar guerra na Ucrânia, como não pode aceitar a guerra em Gaza, como não pode aceitar nenhuma guerra", concluiu.

 

 

Netanyahu reage a fala de Lula sobre holocausto e convoca embaixador

Presidente brasileiro classificou as mortes em Gaza como genocídio



Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. @ ABIR SULTAN/ Poo via REUTERS




@Agência Brasil

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu neste domingo (18) às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com críticas às operações israelenses na Faixa de Gaza e ao corte de ajuda humanitária a habitantes da região.

Netanyahu disse que a fala feita por Lula equivale a “cruzar uma linha vermelha”, referindo-se a trecho da declaração de Lula, feita durante viagem oficial à Etiópia. Em entrevista coletiva, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza de “genocídio”, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.”

“As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o premiê israelense em sua conta verificada na rede social X.

Ele acrescentou que determinou a convocação do embaixador do Brasil em Israel para uma dura conversa de reprimenda. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, também publicou no X que a fala de Lula foi “vergonhosa” e confirmou a convocação do embaixador brasileiro para esclarecimentos.

A declaração do presidente causou reação de entidades como a Confederação Israelita no Brasil (Conib), que divulgou nota repudiando a comparação e na qual diz que a declaração do presidente é uma “distorção perversa da realidade”.

“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa, somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, continua o texto da Conib.

A Federação Árabe Palestina no Brasil, por sua vez, comentou a declaração de Netanyahu e sugeriu que “talvez seja hora de cortar relações com o Israel”.

Hamas continua a atacar a população de Israel

Como começou o seu dia?




Hoje de manhã, terroristas do #Hamas dispararam mais de 20 foguetes de #Gaza para aldeias civis em #Israel

Vários foram interceptados pelo sistema Domo de Ferro.

O Hamas continua atacando deliberadamente a população de Israel.


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Brasil critica autoridades de Israel por apoiarem emigração em Gaza

Para o Itamaraty, essa posição prejudica possibilidade de paz




  • A group of Palestinian civilians walks while evacuating from the north of the Gaza Strip towards south, amid the ongoing conflict between Israel and Palestinian Islamist group Hamas, in the central Gaza Strip November 7, 2023. REUTERS/Ahmed Zakot TPX IMAGES OF THE DAY© REUTERS/Ahmed Zakot
Agência Brasil 🇧🇷 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota na noite dessa sexta-feira (5) em que critica as recentes declarações de autoridades de Israel defendendo a emigração dos palestinos da Faixa de Gaza. O Itamaraty considerou que essa posição viola o direito internacional e prejudica a possibilidade de paz. Isso porque dois ministros de Israel defenderam, nos últimos dias, o deslocamento da população de Gaza para outros países.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, de recentes declarações de autoridades do governo de Israel que desejam promover a emigração da população palestina da Faixa de Gaza para outros países, assim como o restabelecimento de assentamentos israelenses naquele território”, informou o Itamaraty.

Ainda segundo o governo brasileiro, “ao proporem medidas que constituem violações do Direito Internacional, declarações dessa gravidade aprofundam tensões e prejudicam as perspectivas de alcançar a paz na região”. O direito internacional proíbe o deslocamento forçado de populações e a aquisição de territórios por meio da guerra.

No dia 31 de dezembro, em entrevista a uma rádio de Israel, o ministro das Finanças do país, Bezalel Smotrich, defendeu a emigração dos palestinos de Gaza. Segundo ele, “se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões de árabes, toda a discussão no dia seguinte será totalmente diferente”.

O ministro israelense completou que, somente assim, Israel poderia “fazer o deserto florescer, isso não acontece às custas de ninguém”, segundo noticiou a agência Reuters. Essa mesma posição foi defendida pelo ministro da Segurança de Israel, Itamar Bem-Gvir.

Além do Brasil, a União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) criticaram as declarações do ministro israelense. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala seria “inflamatória e irresponsável”.

“Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestiniana e continuará a ser terra palestiniana, com o Hamas já não a controlar o seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel”, afirma o governo dos EUA.

De acordo com o Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha), continuam os pesados bombardeios em Gaza, tanto no sul, quanto no norte e no centro do enclave palestino. Estima-se que 1,9 milhão de pessoas, ou seja, 85% da população de Gaza, tenham abandonado suas casas devido à guerra.

Além disso, mais de 1,1 milhão de crianças palestinas correm o risco de morrer por doenças evitáveis e falta de água e alimentos em Gaza, segundo denunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nessa sexta-feira (5).

Desde o dia 7 de outubro, quando começaram as atuais hostilidades no Oriente Médio, 22,6 mil palestinos foram assassinados, sendo 70% de mulheres e crianças. Outros 57,9 mil palestinos estão feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Do lado israelense, morreram 1,2 mil pessoas no ataque do Hamas do dia 7 de outubro. Outros 173 soldados de Israel teriam morrido nos conflitos contra o Hamas em Gaza, além de 1.020 soldados feridos, segundo o Exército israelense.

Lula diz que Brasil segue à disposição de quem quiser voltar de Gaza

Presidente esteve em almoço de boas-vindas com repatriados



Brasília (DF) 25/12/2023 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, no dia de Natal, do Almoço de Boas-Vindas aos repatriados que chegaram da Faixa de Gaza no último sábado, na Base aérea de Brasília. Foto Antônio Cruz/ Agência Brasil. 

@Agência Brasil 🇧🇷 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama, Janja da Silva, participaram nesta segunda-feira (25), dia de Natal, de um almoço de boas-vindas com repatriados que chegaram ao Brasil, vindos da Faixa de Gaza, na Palestina, no último sábado (23), após deixarem a zona de conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, no Oriente Médio. 


Aos presentes, Lula garantiu que o Itamaraty seguirá trabalhando para repatriar brasileiros e parentes que ainda estejam em Gaza. “Enquanto tiver alguém na Faixa de Gaza querendo voltar pro Brasil, nós estaremos a disposição para buscar”, disse o presidente. 


“Não é humanamente possível aceitar o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Não é possível a morte de tantas mulheres e tantas crianças. A destruição de todo o patrimônio construído pelo povo palestino”, acrescentou Lula, referindo-se ao conflito entre Israel e Hamas. O presidente também defendeu “ser preciso urgentemente a liberação de reféns”, numa referência aos israelenses sequestrados e ainda retidos pelo Hamas. 


O presidente exaltou o trabalho da equipe multidisciplinar da Operação Voltando em Paz e afirmou que o governo não deixará os repatriados sem assistência. “Eu quero que vocês tenham um almoço muito tranquilo e saibam que vamos continuar cuidando de vocês da melhor forma possível”. 


Participam do almoço 21 das 30 pessoas que chegaram a solo brasileiro num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), após terem embarcado no Cairo, capital do Egito, no terceiro voo da Operação Voltando em Paz exclusivo para repatriados com origem em Gaza. Os demais passageiros já seguiram viagem para seus destinos finais, em estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo. 


Lula chegou ao meio-dia no Hotel de Trânsito da Base Aérea de Brasília, onde os repatriados estão hospedados temporariamente. Ao chegar, conversou com as crianças repatriadas e tirou foto com o grupo. 


Repatriação palestina

Os 30 brasileiros e palestinos que chegaram ao Brasil no sábado (23) representam o terceiro grupo de repatriados que estavam em Gaza.


A representação diplomática do Brasil na cidade palestina de Ramala, na Cisjordânia, calcula que ainda há 23 pessoas aguardando aprovação das autoridades para cruzar a fronteira, em Rafah, a divisa da Faixa de Gaza com o Egito.


Cada lista de repatriados precisa ser aprovada por autoridades de Israel, do Egito e da Palestina. Pelo Brasil, as negociações de autorização de saída são intermediadas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio das embaixadas do país em Tel Aviv (Israel) e no Cairo (Egito) e, ainda, pela representação em Ramala.


Balanço da operação

Ao todo, a Operação Voltando em Paz, do governo brasileiro, repatriou 1.555 passageiros e 53 pets em 13 voos da FAB.


Além do transporte de pessoas, o Brasil doou e entregou na região do conflito 40 purificadores de água portáteis; dois kits de medicamentos com 267 quilos; kits voltaicos, totalizando seis toneladas; insumos e mantimentos para assistência humanitária, pesando 12 toneladas.

Netanyahu nega possibilidade de interrupção de bombardeios em Gaza

Primeiro-ministro de Israel cita Torá e afirma que "é tempo de guerra"



Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante reunião semanal de seu gabinete em Jerusalém© ABIR SULTAN/Pool via REUTERS

@Agência Brasil 🇧🇷 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou, nesta segunda-feira (30) qualquer possibilidade de interromper os bombardeios na Faixa de Gaza.


“Pedir por um cessar fogo é pedir para Israel se render ao Hamas, se render ao terrorismo, se render à barbárie. Isso não vai acontecer. Senhoras e senhores, a Bíblia diz que há o tempo de paz e o tempo de guerra. Esse é o tempo da guerra”, disse, citando a Torá, livro sagrado do judaísmo.


Na sexta-feira (27), a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou por ampla maioria uma resolução que determina o cessar fogo imediato.


Antes de falar com a imprensa, Netanyahu usou as redes sociais para prestar solidariedade a três mulheres sequestradas pelo Hamas que tiveram um vídeo divulgado pelo grupo nesta segunda-feira (30). Elas foram capturadas no dia 7 de outubro. No vídeo, uma delas critica a inação do governo israelense em relação aos reféns.


O grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, propôs a troca dos cerca de 200 reféns pelo que eles chamam de presos políticos. Segundo o último relatório das Nações Unidas, divulgado em julho, há mais de 5 mil palestinos em prisões israelenses, incluindo 160 crianças. Cerca de 1,1 mil deles, segundo a ONU, foram detidos sem acusação ou julgamento.


No pronunciamento, Netanyahu exigiu a liberação de todos os reféns imediatamente e voltou a exigir que os civis evacuem o norte da Faixa de Gaza.


“Nós estamos nos esforçando para evitar ao máximo vítimas civis. Não apenas pedindo que os civis se mudem, mas também encontrando lugares para que eles estejam em segurança com suporte humanitário, com alimentos, com água, com medicamentos”, declarou o primeiro-ministro.


A região apontada por Netanyahu como área segura é o sul da Faixa de Gaza. Mas Hasan Rabee, uma das 34 pessoas que esperam ser resgatadas pelo governo brasileiro e que está em Khan Yunis, cidade que fica justamente ao sul da Faixa de Gaza, confirmou que o prédio ao lado onde os brasileiros estão abrigados foi bombardeado nesta segunda-feira (30) e foi preciso evacuar a área.


“A gente tem que esvaziar com medo de que eles vão bombardear de novo. A casa que foi atacada ao lado de onde a gente está. Bastante gente ferida. Cidadãos fazendo ajuda humanitária para resgatar os feridos. Absurdo”, lamentou Rabee.


Rabee e outros brasileiros também contam que é preciso racionar água e que para conseguir um único pão é preciso enfrentar filas de até 5 horas. No sábado (28), um depósito de alimentos da ONU, que tinha acabado de ser abastecido com alimentos vindos do Egito, foi invadido. Em nota, as Nações Unidas afirmaram que o saque de alimentos “é um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a ruir depois de três semanas de guerra”.


Hoje à tarde, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conversou ao telefone com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Eles falaram sobre novas tentativas de acordo no Conselho de Segurança da ONU em relação ao conflito.


Desde o começo da crise, quatro propostas de resolução foram apresentadas, uma delas do Brasil, mas foram vetadas ora pelos Estados Unidos, ora pela Rússia. Eles também falaram sobre a emergência humanitária na Faixa de Gaza e a situação da fronteira entre o Egito e Gaza. Há três semanas, o governo brasileiro negocia a abertura da fronteira para poder retirar seus nacionais da zona de conflito.


Desde o dia 7 de outubro, mais de 8 mil palestinos morreram em Gaza, aponta levantamento da ONU. Sete em cada dez vítimas são mulheres e crianças. Mais de 1,4 milhão de pessoas estão desabrigadas, o que representa cerca de 60% da população de Gaza. A violência também cresceu na Cisjordânia, território palestino que não está sob controle do Hamas, onde 121 pessoas foram mortas ou por colonos ou pelas forças armadas israelense. No mesmo período foram mortos mais de 1,4 mil israelenses, a maioria no dia 7 de outubro.

Dias de desespero em Gaza


Relatos de momentos tensos, sem combustível, água, eletricidade ou abrigo seguro



As redes de telefone e internet foram restabelecidas este domingo na Faixa de Gaza. O apagão nas comunicações coincidiu com início da ofensiva terrestre israelita, na sexta-feira. No primeiro contacto em dois dias, os membros das organizações internacionais no terreno relatam "noites extremamente tensas, com muitos ataques aéreos - sem combustível, água, eletricidade ou abrigo seguro".


A missão das Nações Unidas alerta que a ajuda humanitária que entra na Faixa de Gaza a partir do Egipto é escassa e inconsistente. As provisões estão praticamente a esgotar-se e a maior parte dos palestinianos não têm acesso aos bens de primeira necessidade.


Este sábado, várias pessoas invadiram os centros de abastecimento alimentar da ONU. A agência sublinha que este é "um sinal preocupante de que a ordem civil está a começar a quebrar".


O Comissário Europeu para a Gestão de Crises, responsável pela Proteção Civil Europeia e pela Ajuda Humanitária, lembra que "as pessoas em Gaza dependem da ajuda humanitária para sobreviver a cada dia" e que o desespero em que vivem "ultrapassa as palavras".


Pede-se, de novo, "um acesso humanitário seguro e sem entraves" ao território palestiniano.


O Hospital Al-Quds, na Cidade de Gaza, dá neste momento abrigo a 12 mil pessoas. A Cruz Vermelha palestiniana confirma ter recebido duas chamadas das autoridades israelitas na manhã de domingo, exigindo a evacuação do edíficio.


A organização diz que a tarefa é impossível porque não há forma nem lugar para transferir os feridos em segurança.


Israel anunciou entretanto que duas condutas de abastecimento de água foram reabertas, mas não há confirmação independente da informação.


O Hamas diz que os ataques em Gaza já fizeram mais de 8 mil mortos desde 7 de outubro.


O Procurador-Geral do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, terá visitado o ponto de passagem de Rafah, entre o Egipto e Gaza, este domingo. Informação avançada por um alto funcionário egípcio, citado pela Associated Press. O gabinete de Khan abriu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos em Gaza.


  • De  Euronews com Agências
  • Publicado a 29/10/2023 - 19:02

Gaza: Médicos Sem Fronteiras envia 26 toneladas de suprimentos médicos para o Egito

Carga é suficiente para a realização de 800 intervenções cirúrgicas em Gaza


Imagem  Divulgação 

Neste domingo (29/10), Médicos Sem Fronteiras (MSF) enviou 26 toneladas de suprimentos médicos em um avião da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Egito, sob a coordenação do Crescente Vermelho Egípcio, para apoiar a resposta médica de emergência em Gaza. Os suprimentos podem cobrir as necessidades de 800 intervenções cirúrgicas e são destinados a instalações de saúde em Gaza, em colaboração com as autoridades médicas locais, já que MSF tem parcerias de longa data com vários hospitais na Faixa de Gaza.


Precisamos que esta entrega aconteça o mais rápido possível, uma vez que as instalações de saúde em Gaza estão sobrecarregadas de pacientes e com muito pouco fornecimento de suprimentos médicos, após mais de três semanas de cerco total pelas forças israelenses. Reiteramos o nosso apelo a um cessar-fogo urgente em Gaza para evitar mais mortes e permitir a entrega da ajuda humanitária desesperadamente necessária.

Entenda por que o Brasil não trata o Hamas como organização terrorista

Classificação de organizações terroristas é atribuição da ONU, diz MRE


@Reuters/Ronen Zvulun

  • Por Pedro Rafael Vilela 
  •  Repórter da Agência Brasil

Os ataques do grupo extremista islâmico Hamas em uma festa rave no último sábado (7), em Israel, deram início a um novo capítulo sangrento no histórico conflito entre esse grupo e o exército israelense. As características do ataque, com centenas de mortes de civis e outras vítimas sendo levadas como reféns, levantou a questão sobre a denominação do Hamas como um grupo terrorista.


Veículos de imprensa de todo o mundo e algumas nações classificam assim o grupo extremista que controla a Faixa de Gaza. Ao lamentar o episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelas redes sociais, se referiu ao ataque como terrorista, mas não estendeu tal adjetivo ao Hamas. Assim, o presidente segue a linha adotada pelo governo brasileiro.


O Palácio do Itamaraty emitiu um comunicado, nesta quinta-feira (12), para informar que segue as avaliações do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) na designação dos grupos considerados terroristas. Pela Carta da ONU, o Conselho de Segurança é o órgão encarregado de zelar pela paz internacional.


“O Conselho de Segurança mantém listas de indivíduos e entidades qualificados como terroristas, contra os quais se aplicam sanções. Estão incluídos o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, além de grupos menos conhecidos do grande público”, diz um trecho do comunicado.


Na nota, o Ministério das Relações Exteriores reafirma que, “em aplicação dos princípios das relações internacionais previstos no Artigo 4º da Constituição, o Brasil repudia o terrorismo em todas as suas formas e manifestações”.


Apesar da definição da ONU, países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Japão, integrantes União Europeia e outras nações classificam o Hamas como uma organização terrorista.


Já maioria dos países-membros da ONU, incluindo países europeus como Noruega e Suíça, além de China, Rússia, nações latino-americanas, como o próprio Brasil, México, Colômbia, seguem a definição atual da ONU que não classifica o Hamas como grupo terrorista. A ideia de uma posição mais neutra também é uma forma de manter os países como mediadores de conflitos, além de ampliarem a capacidade de proteção a seus cidadãos em áreas conflagradas.


“A prática brasileira, consistente com a Carta da ONU, habilita o país a contribuir, juntamente com outros países ou individualmente, para a resolução pacífica dos conflitos e na proteção de cidadãos brasileiros em zonas de conflito – a exemplo do que ocorreu, em 2007, na Conferência de Anápolis, EUA, com relação ao Oriente Médio”, diz ainda a nota do Itamaraty, para reforçar a posição brasileira atual.


Um grupo de deputados de oposição chegou a pedir, essa semana, que o Ministério das Relações Exteriores mude a classificação brasileira sobre o Hamas.


A violência em Israel e na Palestina chegou ao sexto dia nesta quinta, com a continuidade de intensos bombardeios na Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de palestinos. Autoridades locais já contabilizam 1,2 mil mortes e mais de 5 mil feridos. Há pelo menos 180 mil desabrigados.


Em Israel, segundo a emissora pública Kan, o número de mortos havia aumentado para 1,3 mil desde o último sábado, quando começaram os ataques violentos promovidos pelo grupo islâmico Hamas.


Quem é o Hamas

O Hamas, nome que significa, em árabe, Movimento de Resistência Islâmica, é um movimento palestino constituído de uma entidade filantrópica, um braço político e um braço armado. Foi criado em 1987, no contexto da 1ª Intifada, que foi uma das revoltas Palestinas contra a ocupação de Israel.


Em 2006, o Hamas derrotou o Fatah nas eleições legislativas para a Autoridade Nacional Palestina (ANP), conquistando o direito de formar o novo governo. Os dois partidos, no entanto, entraram em conflito. O Hamas expulsou o Fatah da Faixa de Gaza. Em resposta, o Fatah rejeitou o governo de unidade e se manteve à frente da ANP, que passou a ter uma administração política voltada para as áreas da Cisjordânia.


Segundo o cientista político Leonardo Paz, o Hamas não reconhece o Estado de Israel e briga pela independência de um Estado Palestino. “Israel, por sua vez, diz que o território é seu e não tem como oferecer qualquer tipo de soberania a esse Estado palestino porque não haveria nenhuma garantia de segurança de que esse Estado não seria um posto avançado para atacar Israel”, acrescenta.

Brasileiros podem deixar Gaza nesta segunda-feira, diz embaixador

Grupo retornará ao Brasil em avião da Presidência da República


Foto: Joédson Alves/Agência Brasil 


O embaixador do Brasil na Cisjordânia, Alessandro Candeas, disse neste domingo (15) esperar que os brasileiros que aguardam repatriação na Faixa de Gaza possam atravessar a fronteira para o Egito, em passagem próxima à cidade de Rafah, na segunda-feira (16). Segundo ele, a embaixada recebeu a informação de brasileiros que estão em Gaza de que "circulam rumores" de que a fronteira será aberta na segunda, e também confirmou essa informação por outro canal.


Um grupo de 28 pessoas, 22 brasileiros e seis palestinos com residência no Brasil, segue abrigado nas cidades de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza, aguardando autorização para cruzar a fronteira.


O embaixador afirmou que a saída dos brasileiros depende da abertura da passagem para o Egito e também da autorização das autoridades de imigração, que precisam carimbar os passaportes dos brasileiros. "No nível político tudo já está feito. É necessário apenas que, uma vez que seja aberta a fronteira, o funcionário que está ali, que vai receber os brasileiros, ele tenha a lista e autorize o ingresso. Esperamos que isso aconteça amanhã, essa é a nossa expectativa", disse Candeas.


Segundo o governo brasileiro, assim que o grupo puder cruzar para o Egito, eles serão trazidos ao Brasil no avião VC-2 da Presidência da República, que tem capacidade para transportar até 40 passageiros. Outros cinco voos de repatriação já foram feitos para trazer brasileiros e familiares de Israel.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vêm negociando a abertura da fronteira desde a semana passada para poder resgatar o grupo. Entre sexta e sábado, o presidente abordou a questão em telefonemas com o presidente de Israel, Isaac Herzog, o presidente do Egito, Abdul Fatah al-Sisi, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.


Reabertura da fronteira

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou neste domingo que a passagem fronteiriça controlada pelo Egito na Faixa de Gaza será reaberta e que os Estados Unidos estão trabalhando com egípcios, israelenses e a Organização das Nações Unidas (ONU) para que auxílio humanitário possa chegar à região.


Centenas de toneladas de ajuda foram enviadas de vários países e estão esperando há dias na península do Sinai, no Egito. Falta um acordo para sua entrega em segurança em Gaza, além da evacuação de estrangeiros por meio da fronteira em Rafah.


O Egito afirmou que intensificou seus esforços diplomáticos para resolver o impasse. “Colocamos para funcionar, o Egito botou para funcionar muitos materiais de apoio ao povo em Gaza, e Rafah será reaberta”, afirmou Blinken a repórteres no Cairo, depois do que disse ter sido uma “conversa muito boa” com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi.


“Estamos estabelecendo com a ONU, o Egito, Israel e outros o mecanismo pelo qual vamos receber a ajuda e como ela chegará às pessoas que precisam”, finalizou.

  • *Agência Brasil 🇧🇷 
  • *Com informações da Reuters

Entenda o que são considerados crimes de guerra

Observadores da ONU apontam atrocidades cometidas pelo Hamas e Israel


@Reuters 


Por Da Agência Brasil 

Na avaliação de observadores independentes das Nações Unidas, o governo de Israel e o comando do Hamas estão cometendo crimes de guerra. Em relatório de avaliação, os observadores condenaram os atentados cometidos pelo Hamas em território israelense e o ataques de Israel que atingiram palestinos em Gaza.


O direito internacional humanitário regula as relações entre organizações e Estados e estabelece regras para limitar a legalidade de guerras, como restrição para uso de armamento químico. 


A normas só autorizam o conflito armado no caso de autodefesa contra ataques armados ou mediante autorização do Conselho de Segurança da ONU. As regras básicas do direito internacional também estabelecem que as partes envolvidas devem distinguir entre civis e combatentes inimigos.


O estatuto do Tribunal Internacional de Haia e as convenções de Genebra definiram os crimes de guerra e as condições julgamento. Entre os crimes de guerra estão ataques à população civil, uso de armas ou métodos de guerra proibidos, homicídio, tortura, uso indevido de uniformes de entidades humanitárias, entre outros.


Em caso de descumprimento, os acusados devem ser processados e julgados pelo Tribunal Internacional.


Violações


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as regras de direito humanitário internacional e os direitos humanos devem ser respeitados e cumpridos durante a guerra entre Israel e o Hamas.


De acordo com informações divulgadas por agências internacionais, o número de mortes após uma semana de guerra chegou a 4 mil, entre israelenses e palestinos. Segundo a ONU, cerca de 1 milhão de moradores da Faixa da Gaza estão fora de suas casas, sem acesso a comida, água, luz, medicamentos e atendimento médico.


A declaração de Guterres foi dada ontem (13) antes da reunião na qual o Conselho de Segurança da ONU não chegou a acordo sobre o texto final sobre a guerra.


Segundo o secretário-geral, os civis envolvidos no conflito devem ser protegidos e não podem ser usados como escudos. Para ele, “até mesmo guerras têm regras".


No mesmo sentido, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu que os civis em Gaza devem ter acesso à ajuda humanitária. A entidade trabalha para enviar alimentos, água e medicamentos, mas a fronteira com o Egito continua fechada e não foram criados corredores humanitários. 


"Médicos Sem Fronteiras (MSF) está horrorizada com o brutal assassinato em massa de civis perpetrado pelo Hamas e com os intensos ataques a Gaza que estão sendo realizados por Israel. MSF pede a interrupção imediata do derramamento de sangue, o estabelecimento de espaços e passagens seguros para as pessoas chegarem a eles com urgência", afirmou a entidade.


O diretor da Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, defendeu a proteção dos civis e a autorização para entrada de ajuda humanitária.


"Com a falta de eletricidade em Gaza, falta luz nos hospitais, o que coloca em perigo recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que precisam de oxigenação. A hemodiálise deixa de funcionar e não é possível tirar raios X. Sem eletricidade, os hospitais correm perigo de se transformar em necrotérios", alertou o diretor.


* Com informações da Reuters e Lusa.

Lula conversa com presidente de Israel e pede corredor humanitário

Presidente brasileiro reiterou a condenação aos ataques do Hamas

Presidente Lula.  © Ricardo Stuckert / PR

Agência Brasil
🇧🇷 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, nesta quinta-feira (12). Em postagem nas redes sociais, Lula afirmou ter agradecido o apoio para a operação de retirada dos brasileiros de Israel, além de ter reiterado a condenação brasileira aos ataques promovidos pelo grupo Hamas, que o presidente classificou como atos terroristas. 


"Agradeci o apoio para a operação de retirada dos brasileiros que desejam retornar ao nosso país. Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas", disse.


Lula também pediu ao chefe de Estado israelense para que não deixe faltar água, luz e remédios em hospitais, e fez um apelo pela abertura de um corredor humanitário que permita às pessoas saírem da Faixa de Gaza, a zona mais crítica da Palestina, que tem sofrido com bombardeios e cerco militar.


"Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra. Transmiti meu apelo por um corredor humanitário para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança. E que o Brasil está à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz", escreveu.


Em Israel, o sistema de governo é parlamentarista. O presidente é o chefe de Estado, eleito pelo Parlamento do país. O Poder Executivo é exercido pelo primeiro-ministro, o chefe de governo, escolhido entre o partido ou coalizão que obtenha a maioria das cadeiras no Legislativo. Atualmente, esse cargo é ocupado por Benjamin Netanyahu


A violência em Israel e na Palestina chegou ao sexto dia nesta quinta, com a continuidade de intensos bombardeios na Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de palestinos. Autoridades locais já contabilizam 1,2 mil mortes e mais de 5 mil feridos. Há pelo menos 180 mil desabrigados.


Em Israel, segundo a emissora pública Kan, o número de mortos havia aumentado para 1,3 mil desde o último sábado, quando começaram os ataques violentos promovidos pelo grupo islâmico Hamas.


O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) também alertou nesta quinta que suprimentos essenciais, incluindo comida e água, estavam em um nível perigosamente baixo em Gaza, depois do bloqueio imposto por Israel ao enclave.

Fronteira entre Gaza e Egito foi atacada três vezes, diz embaixador

Avião presidencial decolou para tentar repatriar brasileiros na região

Publicado em 12/10/2023 - 19:04 Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Um avião da frota aérea da Presidência da República, com capacidade para 40 passageiros, decolou na tarde desta quinta-feira (12), da Base Aérea de Brasília, com destino ao Egito. A missão é resgatar um grupo de brasileiros que estão na Faixa de Gaza, zona que tem sido intensamente bombardeada pelas forças armadas israelenses nos últimos dias, em uma nova escalada da violência no conflito entre Palestina e Israel, que já dura sete décadas. Este já é o quarto voo da Operação Voltando em Paz - uma mobilização do governo federal, por meio da Força Aérea, para repatriar brasileiros que estão região -, mas o primeiro a tentar buscar brasileiros na área mais crítica do conflito.

De Brasília, o avião seguirá em direção a Roma, na Itália, com escala técnica no Cabo Verde. Da capital italiana, a tripulação aguarda autorização para se deslocar e buscar os brasileiros assim que houver permissão para que o grupo cruze a fronteira entre Gaza e o Egito.

Em entrevista à TV Brasil, diplomata Paulino Franco de Carvalho Neto, embaixador do Brasil no Egito, afirmou que, até o momento, são 22 brasileiros que estão em Gaza e manifestaram desejo de sair. O maior desafio, segundo ele, é conseguir fazer a travessia terrestre pela fronteira com o Egito, o único ponto de passagem para sair de Gaza, que se tornou um enclave completamente cercado e monitorado por Israel, que não permite que a população saia.

“São circunstâncias excepcionalmente complexas, para não dizer, dramáticas”, reconheceu. A travessia deve ser dar pela passagem de Rafah, uma cidade palestina no extremo sul de Gaza, na divisa com o Sinai, no Egito. O problema é que, de acordo com embaixador, a fronteira está fechada porque o posto de controle do lado palestino foi bombardeado três vezes essa semana. "Não há como passar, por enquanto", admitiu. Outros países, como Reino Unido, França e Estados Unidos, também estão tentando evacuar seus cidadãos de Gaza pelo Egito.



Brasileiros terão que atravessar a cidade de Rafah para chegar ao Egito, aonde um avião da Força Aérea Brasileira os aguardará. - Arte/ABR

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, “a passagem fronteiriça de Rafah está aberta ao funcionamento e não foi fechada em qualquer fase desde o início da crise atual, exceto que suas instalações básicas no lado palestino foram destruídas como resultado dos repetidos bombardeamentos israelitas [israelenses], impedindo-o de funcionar normalmente”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a fazer um apelo ao governo egípcio para facilitar a passagem dos brasileiros. De acordo como embaixador brasileiro no Egito, o governo do país árabe está sendo sensível. “Isso é importante ressaltar, que as autoridades egípcias têm sido muito receptivas às nossas demandas”.

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Pronunciamento do presidente dos Estados Unidos Joe Biden

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Sitiados e sob bombardeio: a vida dos moradores da Faixa de Gaza



Muitos edifícios em Gaza foram danificados ou destruídos desde que as tensões aumentaram esta semana. Foto: Reuters 

BBC BRASIL

Lar de 2,2 milhões de pessoas, a Faixa de Gaza tem 41 km de comprimento e 10 km de largura, um espaço limitado pelo Mar Mediterrâneo, Israel e Egito.


Originalmente ocupada pelo Egito, Gaza foi tomada por Israel durante a guerra de 1967 no Oriente Médio. Israel retirou as suas tropas e cerca de 7.000 colonos em 2005.



A Faixa de Gaza está sob o controle do grupo militante islâmico radical Hamas, que expulsou as forças leais à Autoridade Palestina (AP) na época, após um conflito violento em 2007.


Desde então, Israel e Egito têm restringido o movimento de bens e pessoas de dentro e para fora de Gaza, alegando que o bloqueio é necessário por razões de segurança.


O Hamas, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e outras países, travou várias guerras com Israel desde que assumiu o poder em Gaza.


Além disso, lançou ou permitiu que outros grupos militantes lançassem milhares de foguetes contra Israel e realizassem outros ataques mortais.



Foto de arquivo mostra um combatente do braço armado do Hamas durante uma parada militar em 19 de julho


O que desencadeou a mais recente onda de violência?

No dia 7 de outubro, centenas de militantes do Hamas lançaram um ataque sem precedentes no sul de Israel, resultando na morte de pelo menos 1.200 pessoas, segundo fontes israelenses, e no sequestro de dezenas de reféns que foram levados para Gaza.


Em resposta, Israel realizou sucessivas ondas de ataques aéreos e de artilharia contra Gaza, resultando na morte de mais de 1.200 palestinos, e suas tropas estão estcionadas no entorno da área o que pode ser indicação de que está sendo preparado uma possível operação terrestre.


O primeiro-ministro de Israel prometeu derrotar o Hamas na guerra e "mudar o Oriente Médio".


'Isolamento total'

Como parte de sua resposta ao ataque do Hamas, o ministro da Defesa de Israel ordenou um "isolamento total" de Gaza em 9 de outubro, acrescentando: "Não haverá eletricidade, comida, combustível, tudo estará fechado."


Posteriormente, o ministro da Infraestrutura de Israel também cortou o fornecimento de água para a Faixa de Gaza.


Essa medida imediatamente agravou a já delicada situação humanitária em Gaza, onde 80% da população já dependia da ajuda internacional.



Israel diz que está bombardeando alvos do Hamas em Gaza em resposta ao ataque do grupo


A única usina de energia de Gaza parou de funcionar após ficar sem combustível em 11 de outubro, sobrecarregando hospitais que dependem de geradores de energia de reserva para atender aos feridos. Alguns hospitais com estoques limitados esperam ficar sem combustível em questão de dias.


Mais de 600 mil pessoas também ficaram sem água potável devido à decisão de Israel de cortar o fornecimento de água. As bombas de água locais e sistemas de esgoto também precisarão de combustível para funcionar.


O fechamento do posto de entrada e saída de mercadorias de Kerem Shalom resultou no esgotamento dos estoques de alimentos: um terço das lojas em Gaza está relatando escassez de produtos.


A ONU afirma que a maioria dos estabelecimentos s possui comida suficiente para cerca de duas semanas.


Pelo menos 200 mil pessoas foram desalojadas, após fugirem temendo por suas vidas ou porque suas casas foram destruídas em ataques aéreos da aviação israelense. A maioria está se abrigando em escolas da ONU ou permanece ao relento ao redor de hospitais.



Gaza ficou na escuridão depois que a sua única central eléctrica ficou sem combustível na quarta-feira, 11 de outubro. Foto: Reuters


Apagões intermitentes

Mesmo antes do atual conflito, os cortes de energia eram ocorrências cotidianas em Gaza, com residências recebendo eletricidade, em média, por apenas 13 horas por dia, de acordo com a ONU.


A Faixa de Gaza comprava quase dois terços de sua energia de Israel, enquanto o restante era gerado pela Usina de Energia de Gaza (GPP). No entanto, o fornecimento combinado atendia a menos da metade da demanda.


Para lidar com os apagões, provedores de serviços e residências precisam recorrer a geradores de energia de reserva. No entanto, esses geradores são pouco confiáveis devido à dependência de combustível escasso e peças de reposição, sujeitas a restrições de importação, já que Israel as classifica como tendo capacidade "de uso duplo" civil e militar.


Fechamento de fronteiras

Civis têm pouca esperança de poder deixar Gaza para escapar do conflito.


Israel fechou indefinidamente o cruzamento de Erez no norte da Faixa, enquanto o posto de cruzamento de fronteira de Rafah controlado pelo Egito no sul foi fechado nos dias 9 e 10 de outubro devido a ataques aéreos israelenses perto do portão do lado palestino.



Israel só emite autorizações de saída para diaristas, empresários, pacientes médicos e trabalhadores humanitários de Gaza. Foto: Reuters 


Antes da escalada, os palestinos estavam proibidos de sair de Gaza via Israel, a menos que obtivessem uma permissão de saída emitida por Israel. As permissões eram limitadas a trabalhadores diários, empresários, pacientes médicos e seus acompanhantes, e trabalhadores de ajuda humanitária.


Em agosto, 58.600 pessoas tiveram permissão para viajar através de Erez, o que representou um aumento de 65% em relação à média mensal de 2022, de acordo com a ONU.


Por sua vez, os palestinos que desejavam sair via Rafah precisavam se registrar com as autoridades palestinas com várias semanas de antecedência e solicitar permissão ao Egito, que impõe limites de números e rigorosos controles de segurança.


Em agosto, o Egito permitiu que 19.600 pessoas saíssem de Gaza através de Rafah, o maior número desde julho de 2012.


Superlotação e casas danificadas

Gaza tem uma das maiores densidades populacionais do mundo.


Na Cidade de Gaza há cerca de 9 mil pessoas por quilômetro quadrado. Na cidade de São Paulo a densidade é de 7,5 mil por quilômetro quadrado.




Um pouco mais de 75% da população de Gaza, cerca de 1,7 milhão de pessoas, são refugiados registrados, de acordo com a ONU. Mais de 500 mil deles vivem em oito campos superlotados localizados em toda a Faixa.


Os conflitos entre militantes palestinos em Gaza e Israel, bem como a lenta reconstrução, deixaram muitas pessoas em Gaza sem habitação adequada.


A ONU informou em janeiro que, das 13 mil casas destruídas desde os atauqes de Israel em 2014, cerca de 2.200 ainda não haviam obtido financiamento para reconstrução. Outras 72 mil casas parcialmente danificadas não receberam qualquer assistência de reparo.


A reconstrução tem sido prejudicada devido ao acesso limitado a materiais de construção e equipamentos especializados devido às restrições israelenses sobre itens de "uso duplo".



Muitas famílias vivem nos oito campos de refugiados de Gaza. Getty imagens 


Autoridades palestinas relatam que os ataques aéreos israelenses atuais destruíram 1.000 casas e que 500 delas foram danificadas de forma tão intensa que se tornaram inabitáveis.


Sobrecarga dos serviços de saúde

As instalações de saúde pública em Gaza estão sobrecarregadas e frequentemente afetadas por cortes de energia e escassez de suprimentos e equipamentos médicos. Muitos serviços e tratamentos especializados não estão disponíveis.



Os hospitais de Gaza lutam para fornecer cuidados adequados à população. Foto: Reuters 


Segundo a ONU, o bloqueio de Israel e do Egito, os baixos gastos com saúde por parte da Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia, e os conflitos políticos internos entre a Autoridade Palestina - responsável pela assistência médica nos territórios palestinos - e o Hamas são todos responsáveis pela situação.


Pacientes de Gaza que necessitam de cuidados avançados ou de salvamento em hospitais na Cisjordânia ou em Jerusalém Oriental precisam, em primeiro lugar, obter aprovação da Autoridade Palestina e, em seguida, passar por um processo de autorização das autoridades israelenses.


De 2008 a 2022, mais de 70 mil pedidos de autorização de pacientes, equivalente a um terço deles, sofreramo atrasados ou foram negados. Alguns pacientes também faleceram enquanto aguardavam uma resposta para sua solicitação.


Restrições à agricultura e à pesca

A ONU relata que cerca de 1,3 milhão de pessoas em Gaza sofrem com a insegurança alimentar e dependem de ajuda assistencial para comer. A população local depende de importações para suprir suas necessidades.


Aproximadamente 22% dos 12 mil caminhões de mercadorias permitidos por Israel e Egito nos postos de entrada de de Kerem Shalom e Rafah em agosto de 2023 eram suprimentos alimentares, segundo a ONU.


Restrições israelenses ao acesso à terra para agricultura e à pesca reduziram a capacidade de Gaza de produzir alimentos localmente.


Áreas a até 100 metros do longo perímetro israelense de 60 km são consideradas "áreas restritas". Agricultores não podem cultivar nada lá, mesmo que sejam donos da terra. Pessoas que não sejam agricultores não têm permissão para se aproximar a menos de 300 metros.



Israel também impõe um limite de navegação no Mar Mediterrâneo, o que significa que os habitantes de Gaza só podem pescar dentro de uma certa distância da costa - atualmente entre 6 e 15 milhas náuticas (11-28 km) - prejudicando os meios de subsistência de cerca de 5 mil pescadores e trabalhadores relacionados.


Após o início do último conflito, Israel fechou Kerem Shalom e proibiu a pesca.


Para contornar o bloqueio, o Hamas construiu uma rede de túneis que utiliza para trazer clandestinamente mercadorias para a Faixa a partir do Egito e também como um centro de comando subterrâneo.


Israel alega que os túneis também são usados por militantes para contrabandear armas e se movimentar sem serem vistos. Frequentemente, esses túneis são alvos de ataques da força aérea de Israel.


Escassez de água é uma ocorrência rotineira

Água potável está indisponível para 95% da população de Gaza.


Devido à superexploração do aquífero costeiro e à infiltração de água do mar e esgoto, a água da torneira é salgada e poluída, não adequada para o consumo.


A Organização Mundial da Saúde estabeleceu a necessidade mínima diária de água em 100 litros por pessoa - para beber, lavar, cozinhar e tomar banho. Em Gaza, o consumo médio é de cerca de 84 litros, sendo apenas 27 litros considerados adequados para uso humano.


As autoridades locais em Gaza apelam aos residentes para que economizem água face à crescente escassez. Foto: Reuters 


Em 10 de outubro, a ONU alertou que a decisão de Israel de cortar o fornecimento de água, eletricidade e combustível resultaria em uma grave escassez de água potável.


A ONU informou que as autoridades locais estavam pedindo aos moradores que economizassem água para manter os serviços essenciais e alertavam que as estações de tratamento de esgoto haviam parado de funcionar devido à falta de combustível, o que resultou no despejo diário de dezenas de milhões de galões de esgoto bruto no mar.


Escolas usadas como abrigos

Muitas crianças frequentam escolas administradas pela ONU, e muitas delas estão servindo como locais de abrigo para dezenas de milhares de pessoas que fugiram do conflito mais recente.


De acordo com a agência de refugiados palestinos UNRWA, 71% de suas 278 escolas em Gaza operam em sistema de "turno duplo", com um grupo de estudantes pela manhã e outro à tarde.



Muitas pessoas estão se refugiando nas escolas da ONU durante o conflito atual. Foto: Reuters 


Em 2022, o tamanho médio da turma era de cerca de 41 alunos.


A taxa de alfabetização para jovens de 15 a 19 anos foi de 98% em 2021.


Alto desemprego juvenil

Gaza possui uma das populações mais jovens do mundo, com quase 65% da população com menos de 25 anos, de acordo com o CIA World Factbook.


Isso se compara a pouco mais de 20% em Londres, onde, segundo dados do censo de 2021, mais de 65% das pessoas têm entre 25 e 64 anos.


Mais de 80% da população vive na pobreza em Gaza, onde os níveis de desemprego estão entre os mais altos do mundo, atingindo 45% em 2022.


O desemprego entre os jovens é ainda mais alto, com 73,9% das pessoas com idades entre 19 e 29 anos que possuem diplomas do ensino médio ou diplomas universitários desempregadas.




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