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Metade da população de Kiev fugiu da guerra

 


O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou neste quinta-feira (10) que metade da população de 3,5 milhões de pessoas deixou a capital ucraniana, desde a invasão russa ao país, em 24 de fevereiro.


"De acordo com nossos dados, um em cada dois habitantes de Kiev deixou a cidade. Hoje, temos pouco menos de dois milhões de pessoas", disse Klitschko à televisão ucraniana. "Kiev se transformou em uma fortaleza", acrescentou ele. "Cada rua, cada edifício, cada posto de controle virou uma fortaleza", completou.


Acolhimento aos refugiados


Depois de ter sido muito criticado por sua lentidão na concessão de vistos temporários para as pessoas que fogem da guerra na Ucrânia, o governo britânico anunciou, nesta quinta-feira, uma simplificação do procedimento para ucranianos com vínculos familiares no país. A partir de terça-feira (15), "os ucranianos com passaporte poderão obter uma permissão online para vir, de onde quer que estejam, e poderão fornecer seus dados biométricos, uma vez no Reino Unido", anunciou a ministra do Interior britânica, Priti Patel.A burocracia britânica na gestão da concessão de refúgio gerou críticas na oposição. "Nosso país não entende a emergência da situação", criticou a parlamentar Yvette Cooper, do Partido Trabalhista. No Twitter, ela lamentou a falta de planejamento britânico e denunciou a situação de algumas famílias ucranianas, obrigadas a voltar para Calais, no norte da França, e solicitar um visto em território francês. 


França espera até 100.000 refugiados


O governo francês, por sua vez, prevê a chegada em massa à França, nas próximas semanas, de até 100.000 pessoas fugindo do conflito na Ucrânia, um cenário que exige o redimensionamento do sistema de recepção planejado. Até agora, a França recebeu mais de 7.000 ucranianos, segundo dados do Ministério do Interior.


"Estamos nos preparando para volumes que provavelmente serão muito mais significativos nos próximos dias ou semanas", declarou, nesta quinta-feira, Joseph Zimet, que lidera a unidade interministerial de crise (CIC) sobre o assunto. "Devemos estar prontos, se necessário, para acolher 50.000, talvez 100.000 refugiados", disse ele após a primeira reunião da CIC. “Devemos preparar, planejar, organizar, regular o sistema e identificar as capacidades de acomodação”, completou.


O Palácio do Eliseu informa que, depois de uma "primeira onda" de pessoas fugindo da Ucrânia e que vieram para a Europa porque tinham parentes, são previstas “uma segunda e uma terceira ondas de pessoas mais fragilizadas" e que não poderão contar com alojamentos de familiares, sublinhou Joseph Zimet. "Haverá novas abordagens a serem desenvolvidas, um enorme trabalho de planejamento a ser realizado," observou.


De acordo com relatórios da polícia de fronteira, 7.251 pessoas, incluindo 6.967 ucranianos, estavam em solo francês ou passaram por aqui até a manhã de quinta-feira, sendo que 3.054 delas estavam sendo atendidas na França. “Desta onda migratória que vem em nossa direção, temos que saber distinguir entre as pessoas que estão destinadas a ficar e as que estão de passagem, em particular para se juntar a comunidades no sul da Europa”, continuou Joseph Zimet.


A Itália, por exemplo, abrigava uma comunidade de cerca de 225.000 ucranianos antes da guerra, enquanto na Espanha o número chega a 100.000, segundo dados do Eurostat. Já a França havia emitido 18.000 autorizações de residência para ucranianos. "Até agora, éramos um país de trânsito. Vamos nos tornar mais um país de assentamento", resume Zimet. "Se Odessa cair", por exemplo, "será mais uma nova onda, parte da qual virá até nós", acredita ele, acrescentando que esses fluxos dependerão, principalmente, da evolução do conflito.


Mais de 70 crianças morreram no conflito


Entre as vítimas da invasão russa, pelo menos 71 crianças foram mortas na Ucrânia, desde o início do conflito, anunciou, nesta quinta-feira, Liudmyla Denisova, responsável pelos direitos humanos no Parlamento ucraniano.


"Desde o início da invasão russa até 10 de março, às 11h (6h de Brasília), 71 crianças foram mortas e mais de 100 ficaram feridas", disse ela, em um comunicado no Telegram.


O bombardeio, na quarta-feira (9), a um hospital infantil pelas forças russas na cidade sitiada de Mariupol provocou indignação de autoridades ucranianas e ocidentais. O ataque deixou três mortos, incluindo uma criança, e 17 feridos, informou a prefeitura local nesta quinta-feira (10). 


(Texto por: RFI - Com informações da AFP)

Parlamento Europeu condena ação militar russa na Ucrânia

 Resolução teve 637 votos a favor, 13 contra e 26 abstenções



O Parlamento Europeu aprovou, hoje (1), uma resolução em que condena a Rússia por atacar militarmente a Ucrânia. Ao concluir que o governo russo, liderado pelo presidente Vladimir Putin, agiu de forma “injustificada”, desrespeitando regras internacionais em vigor desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os eurodeputados aprovaram que os países que integram a União Europeia apliquem sanções severas conjuntas contra a Rússia e também contra  Belarus, cujo presidente, Alexander Lukashenko, é acusado de apoiar Putin.


A resolução foi aprovada com 637 votos a favor, 13 contra e 26 abstenções, em uma sessão plenária extraordinária marcada pelo pedido de mais apoio do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e pelas severas críticas ao Kremlin da presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.


Ao fazerem coro à presidente do Parlamento, os eurodeputados manifestaram apoio ao ingresso da Ucrânia na União Europeia. “O Parlamento Europeu apela às instituições da União Europeia [responsáveis pelo trâmite político] para que desenvolvam esforços no sentido de conceder à Ucrânia o estatuto de país candidato à adesão à UE”, disse a instituição, em nota divulgada esta tarde.


A resolução também destaca a necessidade dos estados-membros do bloco “acelerarem o fornecimento de armas defensivas à Ucrânia”, e disponibilizem informações aos serviços ucranianos de inteligência e estratégia e prestem ajuda humanitária tanto às pessoas que permanecem em território ucraniano, como às que tentam fugir da guerra.


Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 660 mil pessoas já deixaram a Ucrânia, fugindo das consequências do ataque militar russo ao país e mais de 12 milhões de pessoas precisarão de ajuda e proteção humanitária dentro e fora do país nos próximos meses.


A assembleia europeia também rejeitou a “retórica” russa, referindo-se a declarações de Putin. Para justificar a ação militar, o presidente russo acusou as forças militares da Ucrânia de possuírem armas de destruição em massa que, segundo Putin, os ucranianos planejavam usar contra civis para, depois, responsabilizar Moscou. Segundo o governo ucraniano, a alegação é uma “mentira”. No domingo (27), o governo ucraniano recorreu ao Tribunal Penal Internacional, o Tribunal de Haia, pedindo que a Corte responsabilize o governo Putin por “manipular a noção de genocídio para justificar sua agressão” e ordene que as tropas russas parem imediatamente a guerra.


Os eurodeputados também defendem a adoção de restrições econômicas mais severas que as já anunciadas, como as importações de petróleo e gás. Mais cedo, durante seu pronunciamento, a presidente do parlamento, Roberta Metsola, já tinha comentado a proposta.


“Primeiramente, a Europa não pode continuar dependendo do gás vendido pela Rússia. Temos que duplicar nossos esforços para diversificar nossas fontes energéticas para garantimos uma sólida segurança energética e não deixarmos a Europa nas mãos de autocratas”, disse Roberta antes de listar algumas das sanções que a União Europeia já impôs contra Putin, Lukashenko e integrantes dos governos da Rússia e de Belarus.


“Além de disponibilizar armas à Ucrânia, já aplicamos um conjunto de sanções sem precedentes, maciças. Declaramos que a aviação russa e os jatos privados dos oligarcas russos já não são bem-vindos nos países europeus. Fizemos com que a Rússia fosse excluída do sistema Swift [do inglês, Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais]. Banimos os instrumentos de propaganda do Kremlin e os cidadãos, organizações, empresas e o mundo dos esportes assumiram uma posição clara e firme, salientando que não manterão relações ou tolerarão um agressor”, destacou Roberta Metsola, propondo que a Europa vá “ainda mais longe”.


“Várias sanções, incluindo a exclusão do sistema Swift, devem ser estendidas à Bielorrússia, por seu apoio direto à invasão da Ucrânia pela Rússia”, clamam os eurodeputados na resolução aprovada, que também condena os “atos racistas” denunciados por estudantes africanos e do Médio Oriente que vivem na Ucrânia e que alegam ter sido impedidos de entrar em trens e comboios que seguiam em direção à fronteira com outros países ou retidos na alfândega.

(Agência Brasil)

Estados brasileiros já se preparam para acolher refugiados, diz líder da comunidade ucraniana

Por: Márcia Bechara- RFI
Quem informa é Vitorio Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira, com sede em Curitiba. Prefeitos dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina se mobilizam para receber os refugiados que fogem da guerra provocada pela Rússia. Eles serão acolhidos pela histórica comunidade ucraniana do Brasil, a maior da América Latina, com cerca de 600 mil descendentes.


Começamos a chegar no Brasil por volta de 1891", lembra Vitorio Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira, com sede em Curitiba. "Nos anos de 1895 e 1896 vieram muitos navios trazendo imigrantes ucranianos, partindo basicamente do leste da Ucrânia, naquela época ainda dentro do império Austro-Húngaro", relata. "Essa imigração massiva aconteceu devido à crise agrária na Europa naquele período. Muita gente e pouca terra para o trabalho. E aí o Brasil, interessado em criar essa nova atividade agrícola, pagava até a passagem para os imigrantes virem", aponta Sorotiuk.


"Com isso os ucranianos se instalaram aqui e foram construindo escolas, cooperativas e igrejas. Hoje temos quase 300 igrejas de cúpulas bizantinas no sul do país, com a característica da nossa colonização", diz. "Certos artesanatos como a pêssankas, que é a arte de pintar ovos, hoje é um produto de venda turística aqui no sul", orgulha-se o presidente da representação.


Sorotiuk lembra do esforço ucraniano de recomposição de raízes depois de guerras históricas. "A luta da Ucrânia para constituir seu Estado-nação, depois da invasão mongol, no século XIII, foi um grande esforço, a construção do Estado cossaco, depois o acordo com a Rússia, a política de dominação, foi uma luta de muitos séculos até se formar o Estado-nação ucraniano. A Ucrânia nasce como Estado-nação independente no bojo da Revolução Russa", lembra. Bolsonaro ignorou pedido da comunidade de descendentes ucranianos no Brasil


No dia 31 de janeiro, a representação Ucraniano-Brasileira tentou, em vão, acionar a Presidência da República brasileira para pedir ajuda aos brasileiros residentes na Ucrânia que têm intenção de deixar o país. "Nós protocolamos oficialmente junto à Presidência um ofício onde colocamos que nossa comunidade de centenas de milhares de descendentes já estava sofrendo com o cerco patrocinado pela Rússia à Ucrânia", afirma.


"Não éramos contra o Bolsonaro visitar o Putin, mas esperávamos que ele levasse ao presidente russo o sofrimento da nossa comunidade. Em segundo lugar, queríamos que ele levasse a mensagem do artigo 4° da Constituição brasileira, pela autodeterminação dos povos, pela não-intervenção e pela defesa da paz e solução pacífica dos conflitos", argumenta. "Pedimos ao presidente do Brasil que ele visitasse também o [presidente ucraniano Volodimir] Zelensky, como fez o Macron', afirmou Vitor Sorotiuk.


Segundo ele, já existem previsões para receber refugiados no Brasil. "Já manifestaram apoio para receber os governos do estado de São Paulo, Paraná e de Santa Catarina. 


Temos mais de uma dezena de municípios com os prefeitos dispostos a receberem os refugiados. Além disso, temos apoio de Ongs especializadas em receber refugiados, que já trabalharam na recepção de tchetchenos, de venezuelanos e sírios, estão todos já no nosso sistema prontos para recepcionar os migrantes que vêm da Ucrânia. 


Já estamos mandando ofício ao presidente do Senado porque aviões do Brasil vão buscar brasileiros amanhã na Romênia, estamos propondo que estes aviões partam carregados de material não bélico, de ajuda humanitária", propõe.

"Chantagem nuclear" de Putin pode ser blefe, mas precisa ser levada a sério, diz imprensa francesa

O presidente russo, Vladimir Putin, é classificado como "imprevisível e incontrolável" pelo jornal francês Le Parisien. © Sputnik/Aleksey Nikolskyi/Kremlin via REUTERS


A imprensa francesa desta segunda-feira (28) dá seguimento à intensa cobertura da guerra na Ucrânia. Os jornais destacam a mobilização dos países europeus contra a Rússia e as ameaças do presidente russo, Vladimir Putin, de recorrer às armas nucleares.


"Diante de Putin, a força-tarefa para o combate", é a manchete de capa do jornal Libération, estampada com a bandeira da Ucrânia. O diário destaca que para fazer frente à ameaça nuclear, a União Europeia prometeu fornecer armas à Kiev, uma decisão inédita do bloco. 


"É o fim de um tabu", publica Libération. "Essa Europa que tanto se orgulha da paz que construiu, 77 anos depois da tragédia da Segunda Guerra Mundial, se mobiliza para comprar e repassar armas à Ucrânia pela primeira vez em sua história", reitera. 


Em seu editorial, intitulado "Coragem", Libération exalta o sucesso das forças armadas da Ucrânia diante da poderosa Rússia. Para o editorialista, controlar a escalada de tensão é essencial para que não ocorra uma catástrofe nuclear, lembrando que Putin está disposto a tudo para expandir seu poder na Europa. 


Mesmo tom no jornal Le Figaro, que traz como manchete de capa: "A Ucrânia resiste, Putin endurece a ameaça". O diário lembra que a Rússia ainda não engajou todo o seu efetivo militar na batalha, "patinando diante da resistência ucraniana". 


No entanto, no domingo (27), o chefe do Kremlin deixou claro que pode recorrer às forças de dissuasão nuclear do país, após ter se irritado com as novas sanções anunciadas pelas grandes potências, destaca a reportagem.


O jornal Le Parisien classifica a postura de Putin como "chantagem nuclear", uma atitude que precisa ser levada a sério, afirma em editorial. O diário lembra que desde a crise dos mísseis de Cuba, em 1962, nenhum chefe de Estado jamais ousou ir assim tão longe. 

Le Parisien também salienta que, para muitos especialistas em política russa, a ameaça não passa de um blefe, mas o jornal pontua que "todos sabem que Putin é imprevisível e incontrolável". 


Sanções abalam a Rússia

Em editorial, o jornal La Croix avalia que se o presidente russo recorre à pior das ameaças é porque as medidas anunciadas até o momento pelas grandes potências abalam Moscou. "As sanções atingem a inserção da Rússia no sistema financeiro mundial e setores importantes de sua economia, com a proibição de exportações em diversas áreas", destaca.


No entanto, as medidas também terão consequências na Europa, atingindo os empregos e o poder aquisitivo, com aumento do preço da energia elétrica e da inflação. Por isso, os dirigentes ocidentais devem se preparar para um conflito duro, que vai atingir o cotidiano da população.


"Muito além da nossa solidariedade com a Ucrânia, é a segurança da Europa e a defesa de nossas democracias que estão em jogo. E isso não tem preço", conclui o jornal La Croix. 


Texto por: RFI

Francisco: calem-se as armas, quem faz a guerra esquece a humanidade

 Depois do Angelus, novo apelo do Papa pela Ucrânia: as pessoas simples desejam a paz mas pagam na própria pele pelas loucuras da guerra, corredores humanitários são necessários para aqueles que buscam refúgio. Recordando os conflitos na Síria, Etiópia e Iêmen: "Deus está com os construtores de paz, não com aqueles que usam a violência".

Angelus - Praça São Pedro  (Foto: Vatican Media)

Alessandro De Carolis – Vatican News

Uma voz contra o barulho dos mísseis, que o crepitar das armas não enfraquece. É uma voz sobre uma grande praça, mas acima de tudo sobre as consciências, a de Francisco. Não ouvida por aqueles que estão derramando sangue e transformando um pedaço da Europa em um campo de batalha, mas que não recua:


Nestes dias, ficamos abalados por algo trágico: a guerra. Muitas vezes rezamos para que este caminho não fosse percorrido. E não paramos de falar; pelo contrário, suplicamos a Deus com mais intensidade.

Angelus Praça São Pedro


A verdadeira vítima, o povo

A mensagem do Papa no pós-Angelus é um refrão que liga todos os últimos apelos. A guerra desencadeada pela Rússia na Ucrânia torna ainda mais urgente a convocação, na Quarta-feira de Cinzas, de um Dia de oração e jejum para que a paz possa retornar onde pessoas indefesas buscam refúgio ou morrem, onde "as mães estão em fuga com seus filhos...". Rezaremos, é o convite de Francisco, "para sentir que somos todos irmãos e irmãs e para implorar a Deus o fim da guerra".


Quem faz a guerra esquece a humanidade. Não parte do povo, não olha para a vida concreta das pessoas, mas coloca diante de tudo interesses de parte e de poder. Baseia-se na lógica diabólica e perversa das armas, que é a mais distante da vontade de Deus. E se distancia das pessoas comuns, que desejam a paz; e que em cada conflito - pessoas comuns - são as verdadeiras vítimas, que pagam as loucuras da guerra com a própria pele.

Angelus Praça São Pedro


Pedaços de guerras que não devem ser esquecidos

Para os idosos, as crianças, as pessoas que procuram refúgio, "é urgente - insistiu Francisco - abrir corredores humanitários", eles são irmãos e irmãs "que devem ser acolhidos". E mais uma vez a voz se move sobre o mundo das guerras "em pedaços".


Com o coração dilacerado pelo que está acorrendo na Ucrânia - e não esqueçamos as guerras em outras partes do mundo, como no Iêmen, na Síria, na Etiópia... -, repito: calem-se as armas! Deus está com os construtores de paz, não com aqueles que usam a violência.


"Porque aqueles que amam a paz", concluiu o Papa, citando a Constituição italiana, "repudiam a guerra como instrumento de ofensa à liberdade de outros povos e como meio de resolver disputas". As bandeiras de muitos ucranianos na Praça São Pedro balançaram em sinal de agradecimento ao Papa. E Francisco saudou-os em seu idioma: Хвала Ісусу Христу, "Louvado seja Jesus Cristo".

5ª onda: Holanda decreta toque de recolher e Paris volta a exigir máscara ao ar livre

Enfermeiros cuidam do corpo de um falecido por Covid-19 em um hospital em Antuérpia, Bélgica, 19 de novembro de 2021. © Yves Herman, Reuters


O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, anunciou nesta sexta-feira (26) que bares, restaurantes e a maioria das lojas devem permanecer fechados das 17h às 5h da manhã na Holanda. Em Paris, a obrigatoriedade do uso de máscaras foi restabelecida em alguns locais ao ar livre, perto de onde aglomerações normalmente acontecem, como lugares de culto, feiras ou eventos culturais.


Esta medida surge como parte de um aumento das restrições contra a pandemia na Holanda que, como seus vizinhos europeus, está registrando uma forte aceleração na contaminação por Covid-19.


O premiê holandês Mark Rutte, que discursou na televisão, também ordenou o uso obrigatório de máscaras nas escolas secundárias a partir de segunda-feira (29).


“O número de infecções diárias é alto, muito muito alto”, disse o chefe do governo holandês. "Isso significa que não podemos escapar com apenas alguns ajustes simples", concluiu Rutte.


O número de pacientes hospitalizados com coronavírus na Holanda atinge níveis recordes desde o início de maio, e especialistas alertam que os hospitais podem atingir a capacidade total em pouco mais de uma semana, se a progressão do vírus não for evitada.


Vários pacientes holandeses de Covid-19 foram transferidos para hospitais alemães esta semana.


Máscara de novo obrigatória em alguns pontos da capital francesa

O comissário da Polícia de Paris anunciou nesta sexta-feira que havia recebido uma ordem que tornava o uso de máscara novamente obrigatório ao ar livre em alguns pontos da capital.


Em nota, os agentes de segurança sublinham que “o território de Paris e sua periferia vivem atualmente uma rápida deterioração de seus indicadores epidêmicos”.


“Nesse contexto, um decreto publicado hoje restabeleceu a obrigatoriedade do uso de máscara para todos em certos estabelecimentos e atividades, mesmo quando fosse necessário o passaporte de saúde", disse o comissário.


Esta obrigação diz respeito a "qualquer reunião,manifestação, reunião ou atividade organizada na via pública; locais de festivais e espetáculos e feiras de rua e vendas de produtos, incluindo feiras de Natal".


A obrigatoriedade do uso de máscara também cobre a área ao redor de escolas ou universidades, locais de culto e filas na capital francesa.


  • Texto por: RFI
  • Com informações da AFP

Cuidado com os cookies e as curtidas na internet, alerta revista francesa

A coleta de informações pessoais nas redes sociais é tema de reportagem da revista semanal francesa Challenges. AP - Karl-Josef Hildenbrand


Por: Adriana Moysés RFI

Na era do big data, o recolhimento de informações deixadas pelos internautas na web é um negócio bilionário. Manter a privacidade está cada vez mais difícil, apesar das legislações de proteção adotadas no Brasil ou na União Europeia. Nesta semana, a revista francesa Challenges publica uma reportagem sobre o tema e dá algumas dicas para as pessoas protegerem seus dados pessoais.As marcas descobriram a riqueza das pegadas que os consumidores deixam registradas nas redes sociais e nos sites que visitam. Empresas se especializaram na coleta dessas informações, apesar da transferência de dados para outras companhias ser punida pelo Código Penal francês, se não houver autorização expressa do usuário. Mas há buracos na legislação. 


Uma pesquisa publicada em junho e realizada pela consultoria Arlington para a Kaspersky, empresa especialista em segurança de sistemas de informação, mostrou que 87% dos internautas franceses concordam em compartilhar seus dados com os gigantes da web. "Seis em cada dez até dizem sim a todos os cookies, quando navegam em um novo site", relata a Challenges. 


No entanto, quando questionados se não temem as consequências do compartilhamento de informações, apenas 40% afirmam ter confiança no Facebook e na Amazon, e só 24% acreditam que o americano Mark Zuckerberg respeitará a confidencialidade dos dados pessoais de seus clientes. A maioria dos franceses continua a utilizar alegremente os serviços do Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram, Snapchat, TikTok ou Clubhouse, apesar das críticas que são feitas à forma como essas empresas ganham dinheiro explorando o perfil de cada um. 


A aspiração de dados para entender o comportamento dos usuários de uma determinada faixa etária, uma cidade ou a opinião que eles compartilham sobre uma marca é muito comum, observa a Challenges. Cuidado com os cookies e as curtidas, adverte, no entanto, a revista. 


Mina de ouro

"Um único perfil pode conter até 30.000 pontos de dados, e é mais eficiente do que um psicanalista para conhecer alguém", explica Laurane Raimondo, especialista do Centro de Segurança e Defesa de Lyon. "Os rastros que deixamos na maneira como utilizamos os cookies, as curtidas, os metadados de fotografias ou os anúncios publicitários que consultamos se tornam uma mina de ouro", afirma. Geralmente, um usuário da internet só pensa em proteger seus dados bancários, mas esquece de ocultar informações sobre a saúde. 


"No Instagram, cada vez mais posts se referem ao drama de um familiar com câncer ou mostram um estudante que acabou de comprar uma motocicleta, algo que aumenta o risco de acidente grave. A rede social impulsiona esse tipo de mensagem, seja para comover o internauta, chocá-lo ou estimular o consumo de produtos relacionados. As seguradoras e empresas de crédito são ávidas desse tipo de informação", explica Laurane Raimondo. 


Na Europa, o montante da venda de dados pessoais, às vezes previsto nas longas listas de condições de utilização publicadas pelas empresas, já teria ultrapassado € 1 trilhão em 2020, segundo o Boston Consulting Group. O scraping, ou raspagem na web, técnica que automatiza a coleta de dados em um site ou aplicativo, é cada vez mais popular. Em abril passado, um banco de dados de 533 milhões de contas e números de telefone de usuários do Facebook vazou ao público. 


Dicas de proteção

Para se proteger de uma invasão de publicidade e até evitar problemas de segurança, a Challenges recomenda aos seus leitores que tenham apenas um perfil no LinkedIn, para uso profissional, com o menor número possível de informações.


Não compartilhar em hipótese alguma dados sobre a saúde de familiares e amigos, muito menos sobre salário e nível de renda.


Em lugar de gigantes da web como Google, Apple, Amazon e filiais do Facebook, dar preferência às redes Mastodon, Signal – considerado um bom substituto ao WhatsApp –, e ProtonMail, que de fato protegem os dados pessois de seus usuários e não têm a venda de informações como modelo de negócio.


A revista sugere ainda aos jovens e pais que assistam às reportagens e documentários sobre o modo de funcionamento das gigantes da web, para que compreendam os riscos e evitem os abusos.

COP26 : Monarquia britânica se engaja para salvar o planeta

Texto por: RFI 2 min
Faltando apenas algumas semanas para o início da COP26, a grande conferência sobre clima que será realizada em Glasgow a partir de 31 de outubro, as declarações em favor da defesa do planeta se multiplicam. Essa semana os membros da coroa britânica saíram de seu silêncio habitual e lançaram críticas contra aqueles que não apresentam medidas concretas ou ainda que gastam fortunas que poderiam ser usadas para lutar contra o aquecimento global. 

Não é raro o príncipe Charles, de 72 anos, um ambientalista de longa data, fazer declarações pedindo mais ação sobre a defesa do planeta. Essa semana mesmo ele apelou mais uma vez para que os líderes mundiais “coloquem a mão” na massa para lutar pelas causas ambientais que serão discutidas na COP26. 

Mas o assunto parece preocupar todos os membros da família real britânica. William, filho de Charles e segundo na linha de sucessão ao trono, também pediu esta semana mais do que "palavras" dos dirigentes. 

O príncipe também criticou a corrida pelo turismo espacial. "Algumas das mentes e dos cérebros mais brilhantes do mundo deveriam, antes de mais nada, tentar consertar este planeta, não tentar encontrar outro lugar para viver", disse William, de 39 anos. 

A declaração foi feita um dia depois de o ator da série "Star Strek" William Shatner ter feito uma viagem de alguns minutos ao espaço, a bordo de um foguete Blue Origin. Este foi o segundo voo de passageiros do foguete do bilionário americano Jeff Bezos, fundador da Amazon, que pretende se firmar como protagonista no cobiçado setor de turismo espacial. Estão nesta corrida o britânico Richard Branson e o magnata americano Elon Musk. 

Mas a alfinetada mais impressionante foi a da rainha Elizabeth II, que expressou sua irritação com os líderes mundiais que "falam" sobre mudança climática, "mas não agem". Depois de inaugurar a nova sessão legislativa do Parlamento regional de Gales, em Cardiff, na quinta-feira (14), a monarca de 95 anos conversava com Camilla, a esposa de seu filho Charles, e com Elis Jones, presidente da Câmara galesa. Durante a discussão, o microfone de uma câmera de televisão captou sua fala da soberana.

"Estou acompanhando tudo sobre a COP" e "ainda não sei quem vem" à conferência da ONU sobre mudança climática, disse a rainha. "Sabemos apenas quem não vem... É realmente irritante quando falam, mas não agem", lançou a monarca. 

Entre os líderes que ainda não confirmaram presença estão o presidente chinês, Xi Jinping; o presidente russo, Vladimir Putin; e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. 

(Com informações da AFP)

Webinário europeu sobre a Laudato si’ é nesta quinta-feira

Participantes do mundo inteiro poderão fazer parte do evento que, neste ano, será realizado online devido às restrições impostas pelo contexto da pandemia. A 3ª Jornada Europeia de Reflexão sobre a Laudato si’ vai analisar como a Encíclica do Papa Francisco pode ajudar a União Europeia para uma justa retomada depois da crise global da Covid-19. O seminário online está marcado para esta quinta-feira (28), das 15h às 17h na Itália (10h às 12h no horário de Brasília).
A edição deste ano vai analisar os desafios sobre a pós-pandemia  (AFP or licensors)

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

Já são 5 anos de Laudato si’ e a Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia, a Comece, como faz todos os anos, organiza uma jornada de reflexão sobre a Encíclica do Papa Francisco. No contexto das restrições da pandemia, a terceira edição do evento será realizada através de um webinário, isto é, um seminário online marcado para esta quinta-feira (28), das 15h às 17h na Itália (10h às 12h no horário de Brasília).

Para participar, basta se registrar através do site da Comece. A interação dos inscritos do mundo todo será limitada pelo chat, mas é uma oportunidade de analisar com um grande número de pessoas sobre “como a Encíclica Laudato si’ pode guiar o papel da União Europeia para uma justa retomada depois da crise da Covid-19”.

O encontro será conduzido pelo secretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano, mons. Bruno-Marie Duffé, e por Mariana Mazzucato, docente de Economia da University College de Londres. Eles vão abordar os desafios atuais e futuros do bloco europeu no novo contexto da pandemia.O evento comemora o quinto aniversário da encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da Casa Comum, em concomitância com a convocação do Pontífice para um ano especial dedicado à Laudato si’ até 24 de maio de 2021. Nos anos anteriores, em 2018 e 2019, os encontros foram direcionados respectivamente: sobre a necessidade de apoiar um sistema econômico sustentável e sobre o compartilhamento de iniciativas concretas e boas práticas para responder à crise – social e ambiental – em nível global.

A 3ª Jornada Europeia de Reflexão sobre a Laudato si’ também é organizada pelo Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), pela Cooperação Internacional para o Desenvolvimento e a Solidariedade (CIDSE), Justiça e Paz Europa, GCCM e JESC.

Motivos históricos, institucionais e culturais de por que a Itália já tem Governo e a Espanha ainda não

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Queda de braço entre Itália e União Europeia



Comissão Europeia volta a rejeitar orçamento proposto por Roma e dá primeiro passo para iniciar processo disciplinar que pode resultar em sanções. Itália se mantém firme e diz que tais medidas seriam "desrespeitosas".

A Comissão Europeia deu o primeiro passo para um processo disciplinar e a aplicação de sanções financeiras à Itália nos próximos meses devido a uma proposta de orçamento apresentada por Roma e rejeitada pelas autoridades europeias.

Em relatório divulgado nesta quarta-feira (21/11), o órgão executivo da União Europeia (UE) afirma que a Itália "violou seriamente" as regras orçamentárias do bloco.

A Comissão confirmou a sua avaliação anterior de que "o plano de orçamento da Itália está em grave falta de conformidade" com as recomendações fiscais para 2019 da UE.

"Vemos um risco de o país mergulhar na instabilidade", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, em Bruxelas. "Concluímos que está justificada a abertura de um procedimento por déficit excessivo baseado em dívidas", acrescentou, referindo-se ao processo disciplinar adotado pela União Europeia contra Estados-membros por excesso de gastos públicos.

O procedimento da Comissão é implementado para países cujos níveis de endividamento estão acima do limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) estabelecido para os países da zona do euro e que não fazem o suficiente para reduzir o déficit doméstico.

O governo da Itália, liderado por uma coalizão entre o populista Movimento Cinco Estrelas e a legenda populista de direita Liga, tem mantido a sua postura desafiadora em relação a Bruxelas.

Nesta quarta-feira, o ministro do Interior e vice-primeiro ministro da Itália, Matteo Salvini, disse que qualquer sanção da União Europeia contra Roma seria "desrespeitosa" com os italianos. "Estamos convencidos dos números em nosso orçamento. Falaremos sobre isso daqui a um ano", disse.

O ministro italiano manifestou abertura para continuar a negociar com Bruxelas: "Vamos debater educadamente como sempre fizemos, vamos falar. Mas seguimos em frente."

A relação entre Roma e a Comissão Europeia está tensa há semanas devido ao orçamento italiano para 2019, depois de este ter sido rejeitado pela Comissão anteriormente. Na semana passada, a Itália apresentou uma versão revisada de seu orçamento com apenas pequenos ajustes que não satisfizeram a Comissão Europeia e os países-membros da UE.

O orçamento proposto visa a aumentar os gastos, o que, segundo o governo, é a úncia saída para impulsionar a cambaleante economia do país depois de anos de austeridade.

Na segunda-feira, o ministro italiano da Economia, Giovanni Tri, descreveu o orçamento como "muito moderadamente" expansionista. Mas a Comissão Europeia afirmou acreditar que o aumento dos gastos poderia ser perigoso para a Itália e toda a zona do euro.

A Itália planeja elevar seu déficit orçamentário para 2,4% do PIB – oito vezes mais do que a meta do governo anterior. O governo italiano estima um crescimento de 1,5% para 2019. No entanto, a Comissão Europeia vê a previsão de crescimento da Itália como excessivamente otimista e calculou que, com o aumento planejado de gastos da Itália, o déficit orçamentário superaria o limite de 3% da UE até 2020.

O orçamento proposto por Roma também se distancia do compromisso de reduzir os empréstimos adotado pelo governo anterior – uma questão delicada para a Itália. Com uma proporção da dívida em relação ao PIB de 130%, o nível da dívida da Itália perde apenas para a Grécia (178%) na zona do euro. O valor está bastante acima da relação entre dívida e PIB recomendada para os países da zona do euro, que é de 60%. A Alemanha está em 64%.  

A Itália é a terceira maior economia da zona do euro, mas tem uma dívida de mais de 2 trilhões de euros. A alta dívida poderia prejudicar a capacidade do país de continuar a pegar empréstimos e ser um obstáculo para o crescimento, além de potencialmente ser um risco para uma nova crise como a de 2011 e 2012, que ameaçou destruir a moeda comum europeia.

O relatório lançado pela Comissão Europeia nesta quarta-feira é o primeiro passo para o procedimento relativo aos déficits excessivos na UE. Levará algum tempo, no entanto, antes que o procedimento, que pode incluir multas pesadas, tenha quaisquer consequência para a Itália.

Para abrir oficialmente o procedimento legal, a Comissão Europeia precisa obter a aprovação dos Estados-membros da UE, em particular dos ministros das Finanças do bloco, o que deve ocorrer na sua próxima reunião, em janeiro. A Itália terá então de três a seis meses para alterar seu orçamento, reduzindo gastos e empréstimos.

Somente caso a Itália não cumpra os requisitos, a Comissão Europeia poderá aplicar sanções financeiras, que podem incluir multas de até 0,2% do PIB – cerca de 3,5 bilhões de euros no caso da Itália – e corte de subsídios da UE.

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