Após reunião na Casa Branca, Biden exalta "coragem extraordinária" da família de George Floyd

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O presidente americano, Joe Biden, se reuniu nesta terça-feira (25) com a família de George Floyd na Casa Branca, para marcar um ano do brutal assassinato deste afro-americano que se tornou um símbolo da luta antirracismo no mundo. Nas principais cidades dos Estados Unidos, a população sai às ruas para marcar a data e exigir uma reforma da polícia. 

Eric de Salve, correspondente da RFI nos EUA, com agências internacionais


"A família Floyd é prova de uma coragem extraordinária, particularmente sua filha Gianna", afirmou Biden, depois de um encontro com vários familiares do afro-americano na Casa Branca. 


Mais cedo, Gianna, de 7 anos, comoveu a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, ao afirmar que o pai "vai mudar o mundo". 


"Eles estão determinados que algo aconteça", disse a legisladora sobre a família de Floyd. Segundo Pelosi, o encontro com Biden na Casa Branca mostra "a estima que temos por eles".


Os parentes do afro-americano também irão então visitar a "Black Lives Matter Plaza", que se tornou um local de concentração e memória do movimento antirracismo em Washington. Entre os principais pedidos dos familiares, está a aprovação da reforma da polícia do país, que Biden havia prometido que seria adotada até este 25 de maio.


George Floyd foi morto há um ano, após uma abordagem realizada por quatro policiais em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos. Derek Chauvin, que foi expulso da polícia após o incidente, pressionou o joelho no pescoço do afro-americano durante mais de nove minutos, provocando sua morte.


Recentemente, o ex-policial branco foi considerado culpado pelo assassinato, em um julgamento histórico que comoveu o país. A sentença será pronunciada em 25 de junho. 


Projeto de lei será aprovado, prometem democratas


Na última sexta-feira (21), a secretária de imprensa Jen Psaki disse que a Casa Branca está confiante sobre a adoção do texto para combater a violência policial, mas não determinou nenhuma data, dizendo apenas que o presidente americano gostaria que a questão fosse resolvida "o mais rápido possível". 


O projeto de lei tem o objetivo de criar um registro nacional de má conduta policial, proibir a determinação de perfis raciais e religiosos pelas autoridades policiais e revisar a imunidade qualificada. As negociações entre republicanos e democratas na Câmara e no Senado estão em andamento. Mas não há previsão de votação até junho. 


"Trabalharemos até que a tarefa seja concluída. Ela será feita em consenso" com os republicanos, disse a deputada democrata Karen Bass. 


Sem dúvidas, Joe Biden teria preferido ter celebrado a aprovação da lei junto aos familiares de Floyd nesta terça-feira. Mas não há como esconder que no legislativo as mudanças avançam mais lentamente do que no resto da sociedade americana. 


Eleito com base em uma imagem de homem de diálogos, capaz de chegar a acordos com os republicanos, o presidente democrata, que foi senador durante 38 anos, sabe que está apostando grande parte de seu capital político nesta questão.


Enquanto o debate sobre a reforma da polícia continua, algumas cidades estão tentando adotar normas por conta própria para reduzir o risco de abusos policiais, por exemplo, impondo que os oficiais que estejam encarregados da segurança rodoviária não portem armas.


Homenagens a Floyd


As manifestações em homenagem Floyd começaram no domingo (23) em várias cidades americanas e culminam nesta terça-feira. Familiares de outras vítimas da violência policial também estão participando das celebrações, que incluem discursos de ativistas e políticos, painéis virtuais, marchas pelas principais cidades do país e vigílias.


Nesta terça-feira, pouco antes das 10h em Minneapolis, onde várias pessoas estavam reunidas em um ato em homenagem a Floyd, detonações semearam pânico. Várias vitrines foram destruídas por balas.


Policiais chegaram após receber ligações de testemunhas que diziam ter visto "um carro circulando em alta velocidade no local", disse o porta-voz da polícia de Minneapolis, John Elder. Pelo menos uma pessoa ficou ferida e foi levada a um hospital próximo, mas, segundo as autoridades, a vítima não corre risco de morte. 

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