Variante ômicron: Israel fecha suas fronteiras a todos os viajantes estrangeiros

Viajantes desembarcam no aeroporto internacional de Ben Gurion, perto de Tel Aviv, neste domingo (28), poucas horas antes de entrar em vigor as novas restrições para conter a propagação da variante ômicron. AP - Ariel Schalit

Enquanto se multiplica a lista de países que fecham seus aeroportos a voos provenientes de nações do sul da África, Israel resolveu ir além e anunciou neste domingo (28) uma medida drástica para frear a a propagação da variante ômicron. Tel Aviv proibiu a chegada de qualquer viajante estrangeiro em seu território.

Israel anunciou na sexta-feira (26) ter registrado o primeiro caso da variante ômicron, em uma pessoa que desembarcou no país vinda do Malawi. Por isso, no mesmo dia, o governo israelense resolveu fechar seus aeroportos a voos de países do sul do continente africano. 

A decisão é um duro golpe ao turismo em Israel, que havia reaberto suas fronteiras no último 1° de novembro. O país esperava receber turistas para oito dias de celebrações da festa judaica do Hanukkah. 

No entanto, não apenas os turistas estrangeiros são afetados pelas novas medidas. A partir deste domingo, o governo israelense também impõe a seus cidadãos vacinados que voltarem de viagens internacionais um teste PCR e três dias de isolamento. Para os não imunizados, serão sete dias de quarentena.

Além de Israel, a nova variante está presente na África do Sul - o primeiro país a identificar a ômicron - Botsuana, Hong Kong e várias nações europeias (Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Itália e República Tcheca). Em todo o mundo, desde o final da semana passada, governos multiplicam anúncios sobre o fechamento de aeroportos a voos provenientes dos país do sul do continente africano. 

Neste domingo, foi a vez de Angola se tornar o primeiro país desta região a suspender suas conexões aéreas em Moçambique, Namíbia e África do Sul. Outras nações africanas - como Ilhas Maurício, Marrocos e Seychelles - anunciaram medidas similares nos últimos dias. 

Variante "preocupante"

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a variante ômicron como "preocupante" na sexta-feira. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela pode ser responsável por um aumento vertiginoso de casos no país. 

No último 1° de novembro, as autoridades sul-africanas registraram 106 novos casos e duas mortes por Covid-19. Em um intervalo de 15 dias, as autoridades sul-africanas contabilizaram 2.465 novos casos e 114 mortes pela doença.  

Segundo informações preliminares divulgadas pelo grupo de especialistas da OMS, a ômicron pode se mostrar altamente transmissível por possuir mais de 30 mutações na proteína espícula, chave para a entrada do vírus no corpo. 

"O que nos preocupa é que essa linhagem pode não apenas ter uma capacidade de transmissão maior, mas também ser capaz de contornar partes do nosso sistema imunológico", afirmou o pesquisador sul-africano Richard Lessells. 

Outra grande dúvida é sobre a eficácia das vacinas em relação à nova variante. A empresa de biotecnologia alemã BioNTech e a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciaram que estão estudando a nova linhagem. 

As gigantes esperam divulgar novas informações "no mais tardar em duas semanas" para dizer se o imunizante que desenvolveram deve ser modificado. 

O laboratório norte-americano Moderna, por sua vez, indicou que vai criar um reforço específico contra a nova variante. No entanto, para a Agência Europeia de Medicamentos (ESA), é "prematuro" planejar uma adaptação de vacinas. 

Segundo o site Our World in Data, 54% da população mundial recebeu ao menos uma dose de um imunizante anticovid, mas apenas 5,6% das pessoas que vivem em países pobres.  Na África do Sul, a nação mais afetada do continente, 23,8% dos cidadãos estão completamente vacinados.

  • (Com informações da AFP)
  • Texto por: RFI


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