Comitê de Proteção dos Jornalistas alerta para falta de liberdade de imprensa no mundo


O número de jornalistas presos no mundo bateu recorde em 2021, pelo sexto ano consecutivo, segundo um relatório do Comitê de Proteção de Jornalistas, órgão internacional e independente baseado em Nova York. AP

Texto por: RFI
A China chega no topo da lista, com o maior número de jornalistas detidos. Índia e México bateram recordes de repórteres assassinados, de acordo com o relatório apresentado pelo Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ), que alerta para o agravamento da falta de liberdade de imprensa no mundo.


Vinte e quatro jornalistas foram assassinados em 2021, de acordo com os dados do CPJ, que ainda investiga outros casos, em particular no México. Em números absolutos, a Índia foi o país mais perigoso para o exercício da profissão, com quatro profissionais assassinados por seu trabalho e outro que morreu durante um protesto. Mas o México pode assumir a liderança no ranking caso sejam confirmados os seis casos que estão sob investigação, que seriam adicionados aos três confirmados.


 A crescente intolerância e a perseguição contra o jornalismo independente provocaram a detenção de 193 profissionais da imprensa, afirma o CPJ, que cita a China, que se prepara para receber os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim-2022, como o país com mais detidos. Com 50 jornalistas presos, a China é a primeira na lista, que tem ainda Mianmar (26), Egito (25), Vietnã (23), Belarus (19), além de Turquia, Eritreia, Arábia Saudita, Rússia e Irã.


 A organização afirma que Hong Kong entrou pela primeira vez para a lista, com a detenção, entre outros, do fundador do jornal Apple Daily, Jimmy Lai, que este ano recebeu o prêmio de liberdade de imprensa Gwen Ifill, concedido pelo CPJ. Esse número continua aumentando. A Etiópia, em plena guerra civil, se tornou um dos países com mais jornalistas detidos na África Subsaariana, atrás apenas da Eritreia.


Regimes autoritários


"Prender jornalistas por informar é a marca de um regime autoritário", afirmou o diretor do CPJ, Joel Simon. "Este é o sexto ano consecutivo que o CPJ documenta um número recorde de jornalistas detidos no mundo", o que reflete, para Simon, dois fatos inquestionáveis: que os "governos estão determinados a controlar e dirigir a informação e que fazem isso de maneira cada vez mais flagrante".


A deterioração é generalizada. Na Europa, Belarus, que desviou um voo comercial para prender o jornalista Raman Pratasevich, tem 19 repórteres detidos, o maior número desde que o CPJ começou a coletar dados em 1992. Na América Latina, Cuba tem três, a Nicarágua dois e o Brasil um profissional na cadeia.


Na Cúpula pela Democracia convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao menos sete países convidados figuram da lista do CPJ de violadores da liberdade de imprensa, que cita o Brasil, Índia, Iraque e Filipinas, onde as autoridades continuam perseguindo jornalistas independentes, como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano, Maria Ressa, lembra a organização.


(Com informações da AFP)

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