Amigos dos rios monitoram qualidade da água em córrego vizinho à escola

Cerca de 150 alunos do Colégio Estadual de Educação Profissional de Curitiba (CEEP) abrirão espaço em sua grade curricular, nesta terça-feira (22/3), no Boqueirão, para receber conteúdos e vivências específicas sobre a qualidade da água e sua relação com a saúde ambiental.


A atividade coincide com o Dia Mundial da Água e faz parte da programação do projeto Amigo dos Rios – a parceria da Prefeitura com a Sanepar que, desde 2019, desenvolve a fase experimental da iniciativa na Regional Boqueirão.


Pela manhã (a partir das 9h) e à tarde (a partir das 14h), estudantes de 15 a 18 anos do curso profissionalizante Técnico em Meio Ambiente do colégio assistirão a uma palestra de contextualização e, a seguir, irão até o córrego que passa no meio da Rua José Luiz dos Santos, perto da escola.


Os futuros técnicos ambientais estarão acompanhados pela mesma equipe de técnicos Amigos do Rio encarregada da abordagem inicial. No local, eles coletarão amostras de água que, depois de analisadas no laboratório da escola, informarão como está a saúde do curso de água.


Amigos do Rio

Multiplicar o número de pessoas empenhadas em zelar pela qualidade das águas fluviais é a meta do projeto Amigo dos Rios. “É uma aposta firme na educação e nas atitudes conscientes para melhorar as condições de saúde ambiental dos cursos de água e suas margens em Curitiba”, define o administrador regional do Boqueirão, Ricardo Dias.



Na sede da Regional Boqueirão, na Rua da Cidadania, aconteceu a primeira reunião presencial do grupo desde o início da pandemia do novo coronavírus, há dois anos. Foi no fim de fevereiro, para planejar as próximas ações – além das relacionadas ao Dia da Água, a atividade de campo no Bosque Reinhard Maack.


Aliados no santuário regional

Situado no Hauer e procurado principalmente para o lazer das famílias com crianças, o espaço verde guarda um trecho do Córrego Tapajós – curso de água que se junta ao Rio Belém e reclama atitudes conscientes do público. No local, o grupo formado por representantes da comunidade, da empresa de assessoramento ambiental e da Prefeitura organizou a retirada de lixo das margens e plantou mudas de árvores.


Membro do grupo há cerca de seis meses, o servidor público aposentado Adeildon Hamilko observa com atenção, quase diariamente, tudo acontece no entorno do bosque. Vizinho do local há cerca de dez anos, agora ele é um voluntário Amigo dos Rios e por isso está ainda mais atento às práticas erradas de descarte de materiais, que podem acabar dentro do Tapajós.


“Coleto tudo o que algumas pessoas que vêm visitar o lugar deixam jogado. Faço isso toda semana e, infelizmente, rende uma sacolada”, conta Hamilko.


Ele tem como aliado o ambientalista Mauro Gonçalves, que se empenha em plantar mudas de árvores nativas no bosque e é outro voluntário Amigo do Rio. “É interessante ver a diversidade de animais aqui e que, como os rios, dependem do verde para continuar vivos”, diz.


Comportamento consciente é tudo

Além da atividade no bosque, para identificar potenciais riscos às águas, o projeto Amigo dos Rios abrange abordagens educativas. Entre elas estão peças teatrais didáticas, levadas a escolas públicas e particulares, associações de moradores, centros de educação infantil (creches), lares de idosos e condomínios. 


“Cerca de 170 mil pessoas já foram sensibilizadas por essa mensagem. Isso é muito importante porque a mudança de comportamento é o que faz toda a diferença”, frisa a gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a bióloga Leila Maria Zem.


Segundo Leila, tudo começa em casa, a partir do modo como seus moradores lidam com os potenciais poluentes na rotina.


“Muita gente não faz ideia de como o óleo da fritura jogado na pia e o móvel abandonado perto de um curso de água podem ajudar a matar um rio e a provocar enchentes”, lamenta Leila.


O óleo polui e reduz a oferta de oxigênio para a fauna aquática, enquanto os objetos ajudam a assorear os rios e fazê-los transbordar quando chove forte. Podem, ainda, favorecer a proliferação de vetores de doenças.


Outro fator enfatizado no projeto é a proteção das áreas verdes. “As pessoas precisam entender que a vegetação funciona como desacelerador da gota de chuva e aumenta a permeabilidade do solo. Com isso, a própria natureza tem mais condições de absorver a água e, ainda, abrigar a fauna em toda a sua diversidade”, completa.


Ações da Prefeitura pelo meio ambiente

Além do Projeto Amigo dos Rios, a Prefeitura mantém e estimula outras iniciativas de saúde ambiental. Saiba quais são as principais


- Limpeza preventiva em margens de rios, córregos e vias – em mutirões organizados ao longo do ano, em pontos críticos da cidade, administrações regionais e Secretaria do Meio Ambiente removem e dão a destinação correta a resíduos que podem poluir rios e facilitar a disseminar doenças.

Foto: Ricardo Marajó/SMCS



- Ecopontos – contêineres estrategicamente colocados em 11 pontos da cidade, são o local adequado para quem quer se desfazer de lixo reciclável, além da coleta de porta em porta.


- Desafio 100 mil Árvores – prevê o plantio de mudas de árvores nativas distribuídas mensalmente nas Ruas da Cidadania, para plantio em residências e vias públicas (nestas, mediante autorização). Com o propósito de melhorar a qualidade do ar e a permeabilidade do solo, ultrapassou a meta em menos de 12 meses da implantação.


- Coleta seletiva de óleo, eletrônicos e substâncias tóxicas – em caminhões próprios que rodam a cidade, os moradores podem deixar seu material para descarte. O calendário com os dias, endereços e horários dos veículos está no site da Prefeitura.


  • Serviço: Dia da Água - estudantes amigos dos rios monitoram córrego
  • Data: terça-feira (22/3)
  • Local: Colégio Estadual de Educação Profissional de Curitiba (Rua Frederico Maurer, 3.015, Boqueirão)
  • Às 9h e às 14h – palestra (cerca de 40 minutos) e, a seguir, monitoramento da qualidade da água do córrego vizinho, na Rua Coronel Luiz José dos Santos

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