Centros de bairro podem impulsionar economia local

O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) tem mapeados nas dez regionais os polos de atividades econômicas e de atração de deslocamentos que concentram estabelecimentos de comércio e serviços. 



Os dados fazem parte de estudo em desenvolvimento, voltado à promoção da segurança das pessoas em áreas de grande circulação e, de maneira complementar, ao fortalecimento das atividades econômicas locais, nas chamadas centralidades funcionais de Curitiba no pós-pandemia.

A ideia é embasar planos e projetos a serem efetuados nos centros de bairro, tais como as intervenções que vem sendo realizadas em áreas com grande fluxo de pessoas, a exemplo do que foi feito no entorno do Mercado Municipal.

"Isso para garantir a segurança das pessoas com o distanciamento social e ao mesmo tempo fomentar o comércio e os serviços locais”, explica a arquiteta Mônica Máximo da Silva, do setor de Monitoração da Diretoria de Informações do Ippuc.

A pesquisa
Segundo Mônica, para o levantamento dos endereços das centralidades funcionais nas dez regionais foram utilizadas informações de alvarás comerciais e da Pesquisa Origem Destino.

“Efetuamos um filtro das atividades típicas de centralidades e também consideramos os destinos das viagens que tinham como motivo ‘compras’ ou ‘assuntos pessoais’. Depois excluímos algumas condições, como atividades que estão concentradas em espaços fechados (shoppings, hipermercados e comércio atacadista) e vias que, apesar da disposição de um grande número de estabelecimentos, apresentam um maior afastamento entre as atividades, não existindo um ponto específico de alta concentração”, observou.


Desenvolvido em etapas, o trabalho deverá incluir vistorias nos endereços em cada uma das regionais para a avaliação dos modelos a serem aplicados em cada caso, considerando os fluxos de mobilidade e o espaço disponível para possíveis intervenções. Todas as ações serão integradas e feitas em conjunto com os administradores regionais e o conjunto das secretarias municipais. 

Centros de bairro
De acordo com o mapeamento preliminar, na Regional Bairro Novo entre os endereços de atração econômica e de deslocamentos estão as ruas São José dos Pinhais, Izaac Ferreira da Cruz e Eduardo Pinto da Rocha.

Na Regional CIC, os polos de destaque estão nas ruas Antônio de Oliveira Santos, Léa Moreira de Souza Moura e Engenheiro Eduardo Afonso Nadolny.

Na Regional Boqueirão, são exemplos as ruas Bley Zorning e Primeiro de Maio e no Cajuru, as ruas Delegado Leopoldo Belczak e Filipinas.

Na Regional Boa Vista, são destaques os centros de bairro da Avenida Prefeito Erasto Gaertner e da Rua Alberico Flores Bueno e em Santa Felicidade as avenidas Manoel Ribas e Vereador Toaldo Túlio e a Rua Professor João Falarz.

Na Regional Pinheirinho, a Avenida Brasília é um dos exemplos de centralidade, assim como na Regional Portão está a República Argentina e na Matriz, além do centro tradicional, há eixos como o da João Gualberto, que têm comércio e serviços aquecidos.

Na Regional Tatuquara, as atividades se concentram na rua Enette Dubard.


Plano Diretor
A promoção de novas centralidades está contemplada no Plano Diretor de Curitiba, bem como nos instrumentos da Nova Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo. O planejamento de curitibano prevê a implantação de habitação de interesse social em áreas infraestruturadas e induzir o comércio e serviços em áreas atendidas pelo transporte público em que este sistema necessita de reforço.

Outra ação em desenvolvimento é a do Plano de Estrutura Cicloviária, que estabelece metas para dobrar a malha de vias para bicicletas na cidade até 2025, dos atuais 208 km para 408 km.

Outro exemplo de ação pelo fortalecimento de novas centralidades é a cidade de Paris. A ideia fomentada pela prefeita da cidade, Anne Hidalgo, foi apelidada de “cidades de 15 minutos”, com os chamados ‘nós de concentração’ onde as pessoas podem chegar a pé ou de bicicleta, sem a necessidade de utilizar o transporte público.

O modelo parisiense propõe também o incentivo à criação de novos locais de trabalho mais próximos  das moradias e a promoção de coworkings, o compartilhamento de serviços, bem como a restrição a circulação de automóveis e a transformação de áreas de estacionamento ociosas em espaços de convivência.
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