"Imune à Covid-19", Trump inicia maratona de comícios antes das eleições


O presidente americano participa de eventos em três Estados decisivos para as eleições presidenciais do dia 3 de novembro: Flórida, Pensilvânia e Iowa. Donald Trump espera recuperar a desvantagem em relação ao candidato democrata, Joe Biden, apontado como favorito nas pesquisas. 

O chefe de Estado americano esteve fora da campanha, pelo menos no corpo a corpo, durante dez dias, após ter sido testado positivo para a Covid-19. Uma de suas estratégias para recuperar votos perdidos é a escolha da juíza Amy Coney Barrett para a Corte Suprema, que deve passar por uma sabatina no Senado nesta segunda-feira (12). Sua entrada na Corte é dada como praticamente certa e a expectativa é que ela reafirme a linha conservadora do governo.

Na tentativa de mostrar sua vitalidade às vésperas das eleições, Trump também declarou neste domingo que está imune à Covid-19. "Parece que estou imune, não sei, talvez por muito tempo, talvez por pouco tempo, talvez por toda a vida. Ninguém sabe realmente, mas estou imune", disse Trump em entrevista por telefone ao canal de TV Fox News.

Apesar da afirmação do presidente americano, a imunidade à Covid-19 não foi comprovada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou em agosto que, com relação ao coronavírus, "ainda não há dados suficientes para confirmar se os anticorpos protegem, quais níveis de anticorpos são necessários ou quanto tempo a proteção vai durar". 

"Vocês têm um presidente imune, um presidente que não precisa se esconder em seu porão como seu adversário", acrescentou Trump, que busca um segundo mandato, referindo-se ao candidato democrata Joe Biden. Durante a entrevista, Trump insinuou que o rival democrata, três anos mais velho, poderia estar doente.

"Se você olhar para Joe, ele estava tossindo terrivelmente ontem. Não sei o que isso significa, mas a imprensa não comentou muito", assinalou. A equipe de campanha de Biden publica os resultados dos testes de Covid-19 feitos pelo candidato diariamente. Até agora, todos foram negativos.

Já a equipe médica de Trump se recusa a dizer quando o presidente testou negativo pela última vez, o que alimenta as suspeitas de que ele não se submetia a um teste há vários dias antes de anunciar, em 1º de outubro, que havia contraído o novo coronavírus. A pandemia já deixou 214 mil mortos no país. Biden está quase 10 pontos, em média, à frente de Trump nas pesquisas nacionais, e também consolidou sua vantagem em intenção de voto nos estados decisivos para a eleição.

Apostando na reeleição, Trump citou as eleições de 2016, quando ninguém esperava que ele fosse eleito. Em um tuíte matinal, ele citou o estatístico eleitoral Nate Silver dizendo: "A vitória de Trump em 2016 foi o evento político mais impactante da minha vida". Em seguida, o presidente tuitou: "Desta vez há mais entusiasmo até do que em 2016", acrescentou. "Ganhar em muitos estados com muito mais facilidade do que as pessoas entendem. Grandes multidões!", assegurou.Trump não é mais contagioso, afirmam médicos

Em breve mensagem divulgada na noite de domingo (11), Sean Conley, médico do presidente americano, afirmou que já não existe o risco de Trump transmitir o vírus e que participar de seus eventos públicos é seguro. "Tive alta total e completa dos médicos da Casa Branca ontem. Isto significa que não posso ter o vírus, não posso transmiti-lo. É muito bom saber disso!", tuitou o presidente americano neste domingo. Logo em seguida, o Twitter sinalizou a publicação, por violar as regras da rede social sobre a divulgação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais em relação à Covid-19.

Trump foi tratado com Regeneron, um coquetel de anticorpos experimental que pode proporcionar imunidade por apenas alguns meses quando é administrado como tratamento, no lugar da vacina. "Em alguns casos, as vacinas podem durar décadas. Mas se você a recebe na forma de imunidade natural, isso ainda não se sabe", assinalou hoje o CEO da Regeneron, Leonard Schleifer, à rede de TV CBS.    

(Com informações da AFP)

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