Argentina entra nas Novas Rotas da Seda, controverso projeto comercial de Pequim

O presidente argentino Alberto Fernandez. AFP - ESTEBAN COLLAZO



A China e a Argentina assinaram neste domingo (6) um protocolo de intenções para a entrada do país sul-americano nas Novas Rotas da Seda, um ambicioso projeto de Pequim que tem sido apontado como um mecanismo de pressão sobre os países, ao promover dívidas públicas colossais com o gigante asiático.


A iniciativa Novas Rotas da Seda visa melhorar as relações comerciais entre Ásia, Europa e África através da construção de portos, ferrovias, aeroportos ou parques industriais. Essas infraestruturas devem permitir que a China acesse mais mercados e abra novos caminhos de expansão para suas empresas.


Entretanto, os críticos do projeto acusam Pequim de usar esse mecanismo para pressionar os países, empurrando-os para o endividamento, a fim de obter controle sobre a situação. A ponto de alguns observadores considerarem que a América Latina não é mais o quintal dos Estados Unidos, mas da China.


Assinatura durante os Jogos Olímpicos


Em visita a Pequim para os Jogos Olímpicos de Inverno, que começaram na sexta-feira (4), o presidente argentino, Alberto Fernández, foi recebido neste domingo pelo presidente chinês Xi Jinping.


Ambos os chefes de Estado assinaram um acordo para "promover conjuntamente a construção" de Novas Rotas da Seda, conforme informou a televisão pública CCTV.


O acordo formaliza a entrada da Argentina nas Novas Rotas da Seda, bem como na "Rota da Seda Marítima do Século XXI", mecanismo para desenvolver a cooperação econômica, promover ações e projetos que aprofundem as relações entre os dois países e fortaleçam a conectividade regional, informa um comunicado divulgado após a assinatura do documento


A China assinou acordos semelhantes relacionados a esta iniciativa com cerca de outros 150 países.


De acordo com o Ministério do Comércio chinês, as empresas locais investiram mais de US$ 20.000 milhões em projetos relacionados com as Novas Rotas da Seda, no ano passado.


(Com informações da RFI)

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